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Como a URSS transformou o chacal em um animal doméstico

Maksim Blinov / Sputnik
Não congela em geadas severas, não sofre com calor extremo e seu olfato consegue detectar explosivos escondidos em uma lata de gasolina. Estamos falando do shalaika, um híbrido de chacal e cachorro.

‘Shalaika’ é o resultado da combinação de duas outras palavras: ‘shakal’ (chacal) e ‘laika’ (spitz aborígene). Na década de 1960, o Ministério do Interior da Rússia começou a pensar em criar uma nova raça de cão de serviço: compacto o suficiente para trabalhar em qualquer ambiente, porém com olfato e audição aguçados e grande adaptabilidade. Foi assim que surgiu a ideia de cruzar um cão doméstico com um chacal. A nova raça deveria herdar o amor do cão pelas pessoas, mas também as qualidades únicas de trabalho do chacal.

Mikhail Japaridze / TASS

A raça de cão husky foi escolhida para ser responsável pelo componente canino no desenvolvimento do novo híbrido, tendo sido inicialmente cruzada com um fox terrier para obter maior sentido de direção humana, enquanto o chacal-euroasiático foi escolhido para ser responsável pelo componente selvagem. O desenvolvimento do híbrido foi realizado pelo biólogo e cinologista soviético Klim Sulimov. Por muito tempo, a nova raça foi conhecida como ‘cão de Sulimov’.

Maksim Blinov / Sputnik

Como resultado do trabalho dos cinologistas, após várias gerações, foi obtido um híbrido com um quarto de sangue de chacal e três quartos de sangue de cão doméstico. O cachorro em si era pequeno, geralmente não ultrapassando 45 cm de altura na cernelha, com pelagem cinza-avermelhada e patas menores e mais leves. Na aparência, parecia um vira-lata comum. Mas é um animal de qualidades e desempenho únicos, um detector vivo capaz de achar drogas e explosivos nos locais mais inacessíveis. Paralelamente, ao contrário de cães de serviço de grande porte, o shalaika não chama atenção, não ocupa muito espaço e é capaz de trabalhar com igual eficácia tanto nos compartimentos técnicos de aviões quanto nas cabines de passageiros. É por isso que os shalaikas são mais frequentemente usados ​​para segurança em aeroportos.

Mikhail Djaparidze / TASS

Além disso, uma característica distintiva do shalaika é seu comportamento alimentar. Eles se apegam não a uma pessoa, mas a incentivos. Cinologistas que treinam shalaikas observam que eles são indiferentes a elogios, carinho e outras recompensas ‘intangíveis’, mas desempenham bem seu trabalho em troca de um agrado. Isso os torna parceiros convenientes em serviços de segurança. Qualquer especialista, não apenas o tutor, pode trabalhar com um cão assim.

Os shalaikas se mostraram, desse modo, uma adição confiável à segurança da aviação civil. Em 2018, a raça foi oficialmente aceita e registrada na Federação Cinológica Russa.

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