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As 3 principais descobertas do navegador russo Semion Dejniov

As 3 principais descobertas do navegador russo Semion Dejniov
Arquivo; Jacques Langevin/Sygma/Getty Images
Além de ter sido o primeiro a alcançar o fim da Eurásia, ele navegou pelo estreito de Bering 80 anos antes mesmo de Vitus Bering.

Semion Dejniov (1605-1673) é um dos mais importantes exploradores russos de toda a história. Ele nasceu em uma família de pomors, grupo etnográfico de russos que vivem na costa do mar Branco e tem uma identidade cultural distinta. Desde jovem, Dejniov navegava pelos mares e rios do norte. Mais tarde, ele se tornou um dos exploradores russos mais bem-sucedidos da Sibéria e o primeiro europeu a navegar pelo Estreito de Bering, oitenta anos antes de Vitus Bering. Em 1648, o russo navegou do rio Kolimá, no Oceano Ártico, até o rio Anadir, no Pacífico. Esta sua façanha acabou sendo esquecida por quase 100 anos, e Bering geralmente recebe os créditos pela descoberta do estreito que leva seu nome. Destacamos abaixo as mais importantes descobertas de Semion Dejniov.

1. O estreito entre a Ásia e a América

O estreito entre a Ásia e a América recebeu o nome atual em homenagem a outro navegador russo, Vitus Bering, que passou por ele em 1728 e o descreveu detalhadamente. Mas poucos sabem que foi Semion Dejniov quem o descobriu ainda no século 17.

Dejniov serviu como cossaco (um militar livre) na prisão da cidade de Iakutsk, na Sibéria, onde era responsável pela coleta de yasak (imposto sobre peles) e pelo desenvolvimento de novos territórios. No século 17, os estudos sobre a Sibéria russa eram bastante escassos.

Em 1648, ele partiu em uma grande expedição. Em três meses, os cossacos atravessaram a foz do rio Kolimá e chegaram até o cabo Bolshói Kámenny Nos, o ponto mais oriental da Eurásia, na costa do estreito. Hoje, esse cabo leva o nome de Dejniov. Segundo fontes, o explorador chegou até a costa do Alasca.

Anna Sorôkina
Farol-monumento no cabo Dejniov, erguido em homenagem a Semion, que foi o primeiro a chegar a este ponto.
Anna Sorôkina

Dejniov descreveu o cabo, o estreito e as ilhas Diomedes em um relatório que foi mantido na prisão de Iakutsk e encontrado apenas no século 19. O explorador não sabia escrever, todos os relatos foram escritos por seus ajudantes.

2. Rio Kolimá

Kolimá é o maior e mais abundante rio da região de Magadan.
Morozov / Sputnik

Naquela época, os rios eram as principais “estradas” do país, permitindo que as pessoas chegassem a outros países e mares. Dejniov abriu novas rotas de transporte na Sibéria e no Extremo Oriente, regiões ricas em peles.

Monumento a Dejniov em Velíki Ustiug.
DNikon (CC BY-SA 4.0)

Em 1643, junto com um grupo de cossacos, ele navegou pelo rio Indigirka em busca de novas terras, alcançou o mar aberto e seguiu para o leste, chegando ao até então desconhecido rio navegável Kolimá. Lá, os cossacos fundaram um forte, no local onde hoje fica a cidade de Srednekolimsk.

3. A península de Tchukotka

O território de Tchukotka e todas as terras além do rio Kolimá foram descobertos pelos russos durante as expedições de Semion Dejniov — que se tornou a primeira pessoa a navegar ao redor da península e estabelecer o primeiro assentamento russo nesta área. A península de Tchukotka, também chamada de península Tchuktchi, situa-se no extremo leste da Rússia, bem como do continente asiático. Fica em frente à península norte-americana de Seward.

Expedição de Semion Dejniov por Klávdi Lebedev.
Klávdi Lebedev

No início de 1649, a sua expedição chegou à foz do rio Anadir. Ali, os cossacos fundaram o forte de Anadir (abolido no final do século 18) e exploraram o território por anos. No cabo Dejniov, eles descobriram uma grande colônia de morsas, cujo marfim era muito valorizado, assim como suas peles.

O resultado da expedição foi uma descrição detalhada das paisagens, das condições de navegação ao longo do rio, bem como histórias sobre os habitantes de Tchukotka.

Dejniov era uma pessoa de habilidades diplomáticas e conseguiu resolver todas as disputas com os locais pacificamente.

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