Fotógrafo russo registra ilha deserta tomada por ursos no Ártico; veja
Estrada para o fim do mundo
O arquipélago das Ilhas dos Ursos está localizado no Mar da Sibéria Oriental, no Oceano Ártico, e consiste em seis ilhas isoladas. Hoje, não há nada lá além das ruínas de uma estação polar soviética, que foi desativada em meados da década de 1990. Porém, mil anos atrás, ali viviam esquimós; cientistas estão agora estudando os vestígios de suas moradias.
O fotógrafo Andrei Nikiforov, de Iakutsk, viajou com eles para esses lugares em agosto passado e capturou a beleza agreste dessa região protegida.
“Fomos de avião de Iakutsk para Tcherski (cerca de quatro horas de viagem)”, conta Andrei. “De lá, viajamos de barco. O tempo de viagem em si, por via marítima, é de cerca de dez horas, mas também tivemos que esperar quatro dias por um clima adequado.”
Esquimós e exploradores polares soviéticos
Além de Andrei, a equipe incluiu dois arqueólogos e um funcionário da Reserva Natural das Ilhas Medveji. Esse grupo passou um mês na Ilha Tchetirekhstolbovoi (Ilha dos Quatro Pilares), onde os cientistas estudaram vestígios de moradias esquimós encontradas no início do século 20.
Entre as descobertas dos cientistas, estavam arpões que datavam aproximadamente dos séculos 8 a 11.
Não se sabe ao certo por que as pessoas deixaram essa região. Uma das razões prováveis seria a mudança climática. Talvez, o clima fosse um pouco mais quente antes, e os esquimós se viram obrigados a se mudar para Tchukotka.
As escavações locais são como um diálogo entre duas eras passadas. Não somente caçadores da antiguidade, mas também cientistas polares soviéticos deixaram a sua marca nessa região. Vestígios da estação soviética também estão espalhados pelas ilhas: barris de combustível enferrujados, equipamentos quebrados, máquinas congeladas.
De frente com os mestres do Ártico
Atualmente, as Ilhas dos Ursos são uma reserva natural estadual onde os ursos polares são protegidos. Os animais se adaptaram a essas costas inóspitas e fazem ali tocas onde as mães ursas dão à luz e nutrem seus filhotes.
“Vi ursos polares pela primeira vez na minha vida”, gaba-se o fotógrafo, ao compartilhar as suas impressões. “Há uma história curiosa por trás desta fotografia: estávamos vivendo num edifício na antiga estação polar e, de manhã, fui à varanda do segundo andar tomar um café. A primeira coisa que reparei foi num filhote de urso seguida de uma ursa com dois metros de altura. Então, corri para pegar na minha câmara e comecei a fotografar.”
Os inspetores concluíram que eles provavelmente se aproximaram de pessoas por causa da curiosidade do filhote de urso, uma vez que todos pareciam bastante bem alimentadas e saudáveis.
“O que também surpreendeu é que eu só vi ursos duas vezes. A segunda vez foi de longe. Os próprios pesquisadores ficaram surpresos por haver tão poucos. Eles dizem que normalmente há ursos por toda parte nesta época.”
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