
6 adaptações soviéticas de Shakespeare para as telonas que você pode assistir on-line

1. Décima Segunda Noite (Noite de Reis, 1955)

A primeira adaptação de Shakespeare para o cinema na URSS foi assistida por quase 30 milhões de pessoas no primeiro ano de distribuição. O público estrangeiro também teve a oportunidade de conferir o filme de Yan Fried, que chegou a ser exibido no Festival de Cinema de Edimburgo. Segundo afirmou na época Klara Lutchko, a intérprete de Viola/Sebastian, “foi bastante ousado enviar o filme para a Inglaterra para ser desmembrado por estudiosos de Shakespeare”. Mas o público o recebeu com entusiasmo. Aliás, Fried teve que lutar para que Lutchko fosse aprovada para o papel: depois de “Cossacos de Kuban” (1949), os oficiais soviéticos queriam vê-la apenas no papel de uma moça do povo.
2. Otelo (1955)

O diretor Serguêi Iutkevitch pretendia transportar a tragédia de Shakespeare para as telonas antes mesmo da guerra. Os papéis principais ficaram com Serguêi Bondartchuk e Irina Skobtseva, para quem “Otelo” se tornou fatídico em todos os sentidos – afinal, durante as filmagens, os dois começaram um caso amoroso. Um ano depois, o longa-metragem rendeu a Iutkevitch o prêmio de melhor diretor no Festival de Cinema de Cannes. Esta adaptação clássica para o cinema ainda impressiona por sua profundidade e história dramática ao imergir na loucura do ciúme.
3. A Megera Domada (1961)

A rebelde Katharina faz de tudo para que potenciais pretendentes fujam dela sem olhar para trás. Agindo com astúcia, Veronese Petruccio cai nas graças da beldade. Mas, no dia do casamento, ele começa a se comportar da mesma forma que ela se comportava com seus admiradores. E, com o tempo, a obstinada Katharina se torna dócil.
A grande estrela do filme foi a atriz Liudmila Kasatkina, que já havia interpretado Katharina no teatro e conseguiu transferir essa imagem vívida para a telona. Por esse papel, Kasatkina recebeu um prêmio no festival de Monte Carlo.
4. Hamlet (1964)

Grigóri Kozintsev foi provavelmente o mais shakespeariano dos diretores soviéticos: encenou peças no teatro e até escreveu um livro. Além disso, preparou-se para o seu “Hamlet” em preto e branco durante oito anos – o diretor decidiu deliberadamente não usar cor, pois isso teria proporcionado uma alegria desnecessária.
A primeira adaptação cinematográfica soviética de “Hamlet” virou um acontecimento. Jornais estrangeiros escreveram que nunca tinham visto uma obra tão impressionante com a peça de Shakespeare e chamaram o filme de obra de arte.
Também ficaram admirados com a trilha de Dmítri Chostakovitch e elogiaram o ator principal Innokenty Smoktunovsky, que, como escreveram na época, aproximou o herói de Shakespeare o máximo possível do espectador. O crítico do “The Guardian” destacou que jamais tinha visto atores tão convincentes nos palcos ingleses como no filme russo.
O longa-metragem foi indicado ao Globo de Ouro, ao BAFTA e ao Leão de Ouro no Festival de Veneza.
5. Rei Lear (1971)

O rei decide dividir seus bens entre as três filhas, definindo a divisão de acordo com o grau de amor que demonstram. Como resultado, ele é banido de seu próprio castelo, tornando-se vítima de sua própria injustiça.
A adaptação cinematográfica de Kozintsev foi aclamada pela imprensa como uma das produções shakespearianas mais vibrantes. Ao mesmo tempo, o diretor inglês Peter Brook filmava sua versão de Lear – eles se correspondiam e discutiam seus filmes. O longa-metragem soviético foi premiado em festivais de Chicago, Milão e Teerã.
6. Muito Barulho por Nada (1973)

Devido a intrigas da corte, o casamento de Hero e Claudio é interrompido bem no altar. Mesmo assim, eles conseguem resolver a confusão e se casar. Nesta comédia musical leve, em que versos shakespearianos são intercalados com trechos da poetisa russa Yunna Moritz, um dos papéis principais é interpretado por Galina Loguinova, mãe da atriz de Hollywood Milla Jovovich.
A Janela para a Rússia está também no Telegram! Para conferir todas as novidades, siga-nos em https://t.me/russiabeyond_br