‘Э’, a letra mais ‘estrangeira’ do alfabeto russo

A letra ‘Э’ (épsilon em cirílico, representada pela letra ‘e’ em latim) chegou à língua russa a partir do alfabeto glagolítico, um alfabeto eslavo mais antigo que o cirílico. Foi introduzida na língua russa no século 18, quando muitas palavras estrangeiras começaram a ser usadas, e essa letra passou a designar sons estrangeiras que simplesmente não existiam em russo. Sua pronúncia é mais dura do que a da letra russa “e” (que costuma ser transliterada em português como ‘ie’). Por isso, em alguns casos, também começou a substituir a letra russa ‘e’.
A princípio, a nova letra ‘Э’ não foi aceita por todos. O famoso cientista Mikhail Lomonossov ficou indignado: “Se fôssemos inventar novas letras para palavras estrangeiras, nosso alfabeto seria como o alfabeto chinês”.
No entanto, muitas pessoas apoiaram o surgimento da nova letra, pois ela era especialmente útil no início das palavras, para que não fosse confundida com ‘e’. Por exemplo, nas palavras ‘экзамен’ (‘exame’) e ‘эволюция’ (‘evolução’).
Na maioria das vezes, ‘Э’ é usada em palavras emprestadas de outras línguas: ‘мэр’ (‘mayor’; ‘prefeito’, em português), ‘сэр’ (‘Sir’; “senhor’) e assim por diante. Mas agora, também é usada em neologismos-calques: ‘сэндвич’ (’sandwich’, ou ‘sanduíche’), ‘фэнтези’ (‘fantasy’, ou ‘fantasia’), ‘бэкграунд’ (‘background’, ou ‘fundo’, ‘origem’, ‘experiência’) e outras.
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