Em vilarejo russo soterrado por areia, moradores convivem com os perigos da natureza

Areia pode cobrir uma casa inteira da noite para o dia. Mas isso não assusta as poucas centenas de moradores de cidade no norte russo que, embora isolada, guarda riquezas.

Shoina, o “deserto” mais setentrional do mundo, não está em destaque em mapa algum. Ali, dunas de areia se estendem por dezenas de quilômetros ao longo da costa do mar Branco. O vilarejo está localizado a uns 370 quilômetros a leste da maior cidade da distrito autônomo de Iamália-Nenets, Narian-Mar.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

Em Shoina, há areia por toda parte, até onde a vista alcança.

As dunas se movimentam com a ação do vento de oeste e podem enterrar uma casa inteira da noite para o dia.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

Ainda assim, os moradores não temem a ação da areia.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

Alguns cuidados são necessários: não fechar a porta à noite – porque é capaz que, pela manhã, não seja possível abri-la. Metade da aldeia, que possui de 280 a 400 habitantes, segundo estimativas diversas, está no epicentro de uma lenta, porém inexorável onda de areia.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

Os locais estão habituados ao fato de a luz do sol penetrar apenas na parte superior das janelas, mas os recém-chegados estranham a sensação de estar debaixo da terra.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

As casas costumavam ser desenterradas com a ajuda de um trator, mas o equipamento estava quebrado havia dois anos. O novo chegou poucos dias antes de nossa visita.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

Na década de 1930, Shoina era um grande assentamento, descrito até como a “segunda Murmansk”. Cerca de 70 barcos de pesca se aglomeravam pela costa.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

A vida em Shoina não é luxuosa, mas come-se bem. O golfo está repleto de peixes; solha e salmão branco são alguns deles. Já o dinheiro, vem dos noruegueses do outro lado da fronteira, que há anos compram as frutas silvestres locais.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

A grande maioria dos homens ganha a vida com a caça. Um caçador local se orgulha de que “há tantos gansos quanto grãos de areia nas dunas.” Também há ursos, mas raramente são caçados, “pois a carne não é saborosa”.

LEIA TAMBÉM: 8 recordes geográficos que tornam a Rússia imbatível 

A vizinhança é lar de uma grande variedade de vida selvagem, incluindo espécies raras de aves. Por esse motivo, recebe um grande fluxo de ornitólogos todos os anos.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

Como chegar? Apenas de avião leve. Os ‘aviões agrícolas’ com passageiros voam regularmente para Shoina, mas atenção: como chacoalha muito, é recomendável não comer nada antes do voo.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

E onde ficar? Como se pode imaginar, Shoina não tem um hotel sequer. Mas há um casebre com quatro quartos disponível para reserva. De qualquer maneira, conte com a hospitalidade dos locais – eles não o deixarão dormir ao relento.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

Os locais também demonstrarão sua hospitalidade oferecendo quantidades insanas de peixe e ovos de gaivota, em troca de um pouco de humildade. Se o orgulho falar mais alto, a aldeia possui um ou dois restaurantes pequenos.

Alexei Golubtzov / Focus Pictures
Alexei Golubtzov / Focus Pictures

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

LEIA TAMBÉM: Makhatchkalá, a cidade que possui 14 línguas oficiais 

Para ficar por dentro das últimas publicações, inscreva-se em nosso canal no Telegram

<