
Por que a imperatriz Catarina 2ª, a Grande, ordenou a demolição de metade do Kremlin de Moscou?

A imperatriz Catarina 2ª, conhecida como Catarina, a Grande, sempre tratou Moscou com pragmatismo. Ela foi coroada lá em 1762, mas a cidade, que perdera o status de capital, não lhe parecia muito atraente. A imperatriz chegou a escrever: “Esta cidade antiga é como um templo teatral: pompa e ouro cegam os olhos, mas, nos bastidores, só há poeira e sujeira”.

Após ascender ao trono, Catarina 2ª decidiu restaurar a ordem em Moscou. Em primeiro lugar, resolveu reformar o Kremlin, uma vez que, na época, a antiga fortaleza russa estava quase em ruínas. O arquiteto Vassíli Bajenov foi contratado para reconstruí-lo. De acordo com o projeto, o edifício principal seria o novo Palácio do Kremlin, construído nos moldes da Catedral de São Pedro do Vaticano.

O palácio de quatro andares e 600 metros de comprimento ocuparia toda a colina Borovítski. Em frente, haveria uma praça com um arco do triunfo, do qual partiriam três vias radiais, apontando para São Petersburgo, Kiev e a Lavra da Trindade de São Sérgio, o principal mosteiro ortodoxo russo.

O palácio se tornaria o maior da Europa.
Em 1773, começaram os preparativos para as obras: foram demolidos os pátios Jítni e Dénejni, o Palácio Zapasnoi, a Galeria do Arsenal, as torres Tainítskaia, Pérvaia Bezimiánnaia, Petrôvskaia e uma parte da muralha do Kremlin.

No entanto, a construção em si não começou devido à inesperada guerra com a Turquia e a chamada Revolta da Peste em Moscou. Não havia, assim, verba para a a realização de um projeto tão ambicioso.

No fim das contas, a imperatriz ordenou a reconstrução das torres demolidas, e seu projeto para o novo Palácio do Kremlin jamais saiu do papel.

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