Por que o ato de capitulação da Alemanha nazista foi assinado duas vezes?

O primeiro ato de capitulação da Alemanha fascista na Segunda Guerra Mundial foi assinado na cidade francesa de Reims, às 2h41 de 7 de maio de 1945, pelo coronel-general das tropas alemãs Alfred Jodl. Os Aliados Ocidentais foram representados pelo general norte-americano Walter Bedell-Smith e pelo major-general Ivan Susloparov, que, porém, acabou em uma situação complicada. 

Susloparov simplesmente não tinha autoridade para assinar tal documento. Mas os norte-americanos insistiam, pois queriam acabar com a guerra o mais rápido possível, e informaram o general soviético sobre a necessidade urgente de assinar o ato apenas algumas horas antes da cerimônia. O general russo enviou uma mensagem urgente a Moscou sobre como proceder, mas, devido a problemas técnicos, não obteve resposta.

O major-general também não podia recusar o pedido, porque isso iria prolongar a lutar contra os nazistas restantes sem apoio dos Aliados e, possivelmente, geraria um aumento significativo nas perdas entre as tropas soviéticas.

Susloparov driblou a situação sugerindo a inclusão de uma cláusula que previsse a possibilidade de assinatura de outro ato em substituição ao primeiro.

Após a assinatura, o general recebeu a resposta de Moscou com a proibição categórica do Kremlin em assinar o documento. Stálin queria que a cerimônia de assinatura fosse mais grandiosa e realizada em Berlim, “de onde veio a agressão fascista”, com a participação do alto comando de todos os países da coalizão anti-Hitler.

Os Aliados concordaram em considerar a cerimônia em Reims uma “capitulação preliminar” e realizaram uma segunda assinatura em 8 de maio (9 de maio, pelo horário de Moscou) no distrito de Karlshorst, em Berlim. Em Moscou, o general Susloparov acabou sendo repreendido por suas ações, mas nenhuma medida séria foi tomada contra ele.

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