Como as tropas russas salvaram o sultão turco
Episódios em que russos e turcos atuaram como aliados são muito raros, porém, um deles ocorreu na virada de 1832 para 1833. Na época, o sultão Mamude 2º travava uma guerra contra seu vassalo rebelde, o governante do Egito, Maomé Ali. A situação para os turcos era desfavorável, e o exército egípcio, vitorioso, avançava em direção a Istambul.
Os acontecimentos no Império Otomano causaram grande preocupação ao tsar russo Nicolau 1º. Ele temia que a possível derrota levasse à desintegração do Império Otomano e ao fortalecimento da influência britânica e francesa na região.
Em novembro de 1832, o representante pessoal do imperador russo, o tenente-general Nikolai Muraviov, chegou à corte do sultão e ofereceu ajuda militar. Isso apenas três anos após o término da mais recente guerra entre os dois países.
O sultão hesitou, mas, após a derrota de suas tropas em 21 de dezembro, na Batalha de Konya (ou Koniah), fez um pedido formal ao tsar solicitando o envio da frota e do exército russos.
Em 20 de fevereiro de 1833, uma esquadra russa entrou no Bósforo. Em março e abril, outras duas se juntaram a ela. Tropas desembarcaram dos navios e montaram acampamento nos arredores da capital.
A presença das forças russas, somada à pressão diplomática exercida por São Petersburgo, funcionou: Maomé Ali interrompeu a ofensiva e aceitou negociar um acordo de paz. Em 28 de junho de 1833, a frota russa levantou âncoras e, sob uma salva de despedida dos turcos, iniciou o retorno ao seu país.
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