
Por que os portugueses participaram da invasão napoleônica à Rússia em 1812?

Em novembro de 1807, os franceses ocuparam Portugal quase sem derramamento de sangue. Napoleão queria romper os estreitos laços entre Portugal e a Inglaterra, seu principal rival na Europa.
O exército português foi dissolvido, e parte dos soldados foi incorporada à força na recém-criada Legião Portuguesa, enviada para a França. Lá, cumpriram serviço de guarnição e lutaram por Napoleão em toda a Europa.
Em 1812, cerca de 4.000 portugueses atravessaram a fronteira russa junto com os franceses para buscar uma vitória militar sobre o Império Russo. Porém, a essa altura, Portugal já havia reconstituído as suas forças armadas e, ao lado dos ingleses, combatia os franceses.
Assim, durante a campanha contra a Rússia, muitos portugueses desertaram da Legião e se renderam para se unir ao exército português. Junto com desertores espanhóis, entraram no Regimento Espanhol do imperador russo Alexandre 1º. Em 1813, foram enviados para lutar na Península Ibérica.
Porém, houve também soldados portugueses que permaneceram fiéis a Napoleão e se destacaram nos combates, recebendo elogios e condecorações do imperador francês, que os apelidou de “infantaria negra”.
“[A Legião Portuguesa] distinguiu-se pela sua coragem e impetuosidade na Batalha de Valutino, onde sofreu grandes perdas. Essa Legião participou de todas as batalhas da campanha e esteve conosco durante toda a retirada pelas planícies cobertas de neve”, escreveu o oficial francês Paul de Bourgoing.
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