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Como o Exército Vermelho lutou pela Crimeia na Segunda Guerra Mundial (FOTOS)

Operação na região de Kertch
Aleksandr Bródski / Sputnik
Para o Terceiro Reich, a península de Crimeia era uma peça-chave para o controle do Mar Negro. Para a URSS, era uma questão de sobrevivência estratégica. Assim, a região se tornou palco de uma das batalhas mais sangrentas da frente oriental.

Desde o início da invasão nazista na URSS em 1941, a península de Crimeia teve enorme importância estratégica para o país. A frota estacionada na região controlava grande parte do Mar Negro, enquanto a aviação baseada na península era capaz de atingir as jazidas de petróleo na Romênia — a principal fonte de combustível do Terceiro Reich.

Os nazistas perceberam isso e começaram a ofensiva na Crimeia logo após o início da guerra contra a URSS. A operação foi conduzida pelo 11º Exército do general Erich von Manstein, com o apoio de aliados romenos. Em 12 de setembro de 1941, os primeiros grupos de reconhecimento alemães surgiram na região do istmo de Perekop, que liga a península ao continente.

Aspirante da Frota do Mar Negro Fiódor Volontchuk
Vladislav Mikoсha/MAMM/MDF/russiainphoto.ru

O comandante responsável pela defesa da península, o coronel-general Fiódor Kuznetsov, cometeu um erro fatal: temendo um desembarque aéreo ou marítimo, dispersou as forças ao longo da costa em vez de concentrá-las no istmo.

Apesar disso, as tropas soviéticas conseguiram repelir os ataques inimigos por mais de um mês. Foi somente em 28 de outubro que as forças germano-romenas romperam as defesas e avançaram para o interior da Crimeia.

Conferência no gabinete de Erich von Manstein na Crimeia. Em pé e de óculos, está o comandante da 50ª Divisão de Infantaria, o general Karl-Adolf Hollidt
Domínio público

Em 16 de novembro, o inimigo havia ocupado toda a península, exceto a principal base da Frota do Mar Negro, a cidade de Sevastopol. Os alemães chegaram a penetrar em alguns setores da defesa da cidade, mas sofreram perdas tão grandes que foram obrigados a interromper a ofensiva. A segunda tentativa de assalto, em dezembro, também fracassou.

Dois soldados do exército alemão observam de um ponto privilegiado a cidade de Ialta recém-ocupada, novembro de 1941
Heinrich Hoffmann/Mondadori via Getty Images

No final de 1941, o comando soviético aproveitou o fato de as forças de Manstein estarem atoladas no cerco de Sevastopol e lançou um desembarque na Península da Crimeia Oriental (Península de Kertch).

“O navio estava lotado de gente, os fuzileiros navais estavam colados uns aos outros. A embarcação encostou direto na praia, os rapazes saltaram, e logo depois o barco se ergueu com a onda e voltou ao mar para buscar outro grupo. O inimigo bombardeava intensamente, atingindo os navios. Vi como afundaram vários barcos de desembarque”, escreveu o marinheiro Vassíli Ankhímov.

Infantaria alemã nos arredores da cidade
Heinrich Hoffmann/Mondadori/Getty Images

As tropas soviéticas libertaram a península de Kertch e mantiveram controle sobre ela até meados de maio de 1942, quando os alemães realizaram a Operação Caça à Abetarda (“Trappenjagd”, em alemão) e retomaram a região. Essa derrota acelerou a queda de Sevastopol: em 3 de julho, o Exército Vermelho, enfim, abandonou a cidade.

Membros da Marinha Vermelha em vigília sobre telhado de uma casa na cidade libertada dos invasores nazistas durante a Grande Guerra Patriótica, 1942
Mark Redkin / TASS

As forças soviéticas retornaram à Crimeia só no fim de 1943. Nos combates, romperam as defesas no istmo e cercaram o 17º Exército alemão. Ao mesmo tempo, um desembarque naval conseguiu garantir controle sobre a península de Kertch.

Coronel Ernst Meisel comandando as operações de combate de um veículo blindado de transporte de pessoal SdKfz 253
Domínio público

Em 8 de abril de 1944, teve início a Ofensiva da Crimeia. Com ataques massivos, o Exército Vermelho rompeu as linhas inimigas e avançou rapidamente. O último foco de resistência foi a cidade de Sevastopol.

Operação no Mar Putríno em novembro de 1943
Vladímir Ivanov / Sputnik

“Em meio à poeira e à fumaça das explosões, nossos soldados e o inimigo se engajaram repetidamente em combate corpo a corpo… O controle sobre as trincheiras mudou três vezes. Tudo ao redor ardia em fogo, porém, o adversário se recusava a abandonar a posição inicial”, escreveu o marechal Piotr Kochevoi em suas memórias.

Içando a bandeira naval soviética na cidade de Sebastopol recém-libertada dos invasores nazistas durante a Grande Guerra Patriótica
Evguêni Khaldei / TASS

Em 12 de maio, Sevastopol foi totalmente liberada. Assim, para recuperar a Crimeia, o Exército Vermelho precisou de apenas 35 dias.

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