Como os sérvios ajudaram os bolcheviques a vencer a Guerra Civil na Rússia

Durante a Primeira Guerra Mundial, dezenas de milhares de sérvios acabaram no Império Russo. Eram militares do Exército Austro-Húngaro que não queriam lutar pelos Habsburgos e se rendiam em massa às tropas russas.

Muitos expressaram o desejo de lutar ao lado da Entente e, com isso, foi formado o Corpo Voluntário Sérvio. Após a Revolução de 1917 e o colapso do Exército russo, alguns soldados do corpo desertaram, outros foram lutar nos Bálcãs, mas houve também aqueles que decidiram participar da Guerra Civil na Rússia.

A maioria dos sérvios se interessou pelas ideias socialistas e apoiou os bolcheviques. Eles não atuaram como destacamentos separados, mas lutaram em diferentes frentes como parte de numerosas unidades dos vermelhos.

Um dos sérvios mais conhecidos no Exército Vermelho foi o comandante de cavalaria Oleko Dundich, que serviu no 1º Exército de Semion Budiónni. Ele se destacou pelas ousadas incursões nas linhas inimigas e foi morto em 8 de julho de 1920 durante a Guerra Polaco-Soviética.

“Quem pode se comparar a esse herói literalmente lendário em ousadia, coragem, bondade e camaradagem? Era um leão com o coração de uma doce criança”, escreveu sobre Dundich o marechal soviético Kliment Vorochilov.

Outro sérvio famoso foi o comandante da brigada de cavalaria do 1º Exército, Daniil Serdich. Sua unidade se destacou nas batalhas pela Crimeia em 1920, motivo pelo qual o sérvio recebeu a Medalha da Bandeira Vermelha.

Ao contrário da maioria de seus compatriotas, ele não deixou a Rússia após a Guerra Civil, mas permaneceu a serviço do Exército Vermelho. Em 1938, durante o Grande Expurgo, ou seja, repressões políticas em massa de Stálin, foi acusado de participação em uma “conspiração militar-fascista” e executado. Serdich foi reabilitado apenas em 1957.

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