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Tchukotka, a região mais remota, inacessível e inóspita da Rússia

Localizado no nordeste da Eurásia, Tchukotka é um dos lugares mais isolados do mundo.

Tchukotka é a região mais remota, inacessível e inóspita da Rússia. É também a menos explorada. Quem mora na região se sente como uma partícula de pó na extensão nevada.

Tarde de setembro na baía de Krest, no leste de Tchukotka
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Os visitantes são expostos aos ventos de ambos os oceanos, mas também podem conferir a flora e a fauna árticas e os misteriosos monumentos dos antigos habitantes de Tchukotka.

Arco-íris sobre a baía de Providência, no leste de Tchukotka
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Sua área de 721.500 quilômetros quadrados é maior do que qualquer país europeu, embora seja a região menos povoada da Rússia: o vasto território da região autônoma de Tchukotka abriga apenas 50 mil habitantes, dos quais metade pertence aos povos do norte.

Dia de setembro na baía de Krest, no leste de Tchukotka. Os últimos raios de Sol do ano, a próxima vez que serão vistos na tundra será no ano seguinte
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Tchukotka também é a única região da Rússia localizada em ambos os hemisférios. O único lugar no mundo onde o meridiano 180 também passa por terra são as ilhas Fiji, no Pacífico.

A rodovia Iultin-Egvekinot, uma das poucas estradas em Tchukotka, foi construída na década de 1940 para proporcionar acesso às minas de estanho e tungstênio
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Tchukotka se encontra na zona da tundra. Durante o curto verão, as frutas silvestres árticas, os cogumelos e as flores transformam a tundra em um tapete perfumado de cores. A primeira nevasca começa no final de outubro, após o período de chuva e neblina, e segue até junho.

Fim do mundo: vista do Estreito de Bering. Atrás do nevoeiro está o continente americano
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Tchukotka está localizada entre os oceanos Pacífico e Ártico. Quando se chega ao Cabo Dejnev (o ponto mais oriental da Rússia), vê-se o Ártico à esquerda e o Pacífico à direita, a América do Norte à frente e a interminável tundra do nordeste da Eurásia atrás.

Dia de agosto perto de Anadir. Vista do Monte São Dionísio
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Um dos monumentos mais misteriosos da cultura ártica é a avenida dos ossos de baleia, localizada na ilha Itygran, a sudeste de Tchukotka. Essa ilha nunca foi habitada e tem entre suas atrações extensas ossadas de baleias gigantes da Groenlândia. Alguns desses ossos das costelas dos animais chegam a ter cinco metros de altura.

Vista da baía de Providência a partir do Monte Vikhr (Mar de Bering a leste de Tchukotka)
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Outro monumento interessante que sobreviveu dos antigos esquimós são os petróglifos de Pegtimel. Há desenhos gravados nas falésias a uma altura de 20 a 30 metros. 

Os desenhos, que se estima terem cerca de 2.000 anos, mostram cenas de caça, bem como estranhas criaturas humanóides com cabeças em forma de cogumelo. 

Lua de agosto sobre a baía de Anadir e parque eólico
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

A região autônoma de Tchukotka possui ainda uma joia ártica: a reserva da Ilha de Wrangel. A Ilha de Wrangel se distingue das outras ilhas árticas em termos de biodiversidade, superando todo o arquipélago ártico canadense.

Noites brancas na baía de São Lourenço (Mar de Bering). Resquícios de neve e gelo permanecem no final de junho
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Todos os anos, Tchukotka mergulha nas longas noites árticas, quando a luz do Sol só pode ser vista por algumas horas por dia.

Aurora boreal em março. Os dois pontos brilhantes à esquerda são um desfile de planetas menores, a conjunção de Júpiter (abaixo) e Vênus (acima)
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Quem visita a região no inverno, porém, é recompensado com o fenômeno natural único da Aurora Boreal.

Fim de um curto dia de janeiro (meio dia) no Monte São Dionísio
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

A partir de Moscou, só é possível chegar à capital de Tchukotka, Anadir, de avião. Circular por Tchukotka é difícil porque não há estradas, então, para ir de uma aldeia a outra, apenas de helicóptero ou avião. No verão, algumas aldeias podem ser alcançadas por mar.

Tundra na escuridão de uma longa noite de inverno
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

Para visitar qualquer lugar em Tchukotka, é preciso também obter uma autorização do FSB (Serviço Federal de Segurança), devido à proximidade da fronteira entre a Rússia e os Estados Unidos. Para planejar a jornada rumo a Chukotka, a melhor maneira é entrando em contato com uma agência de viagens e um grupo organizado.

Baía de Anadir em outubro
Andrei Stepanov/stan-d-art.ru

A população indígena de Tchukotka, os tchuktchis e esquimós, são um povo alegre. Todo inverno, eles realizam corridas de trenós puxados por cães e renas. Já no verão, eles celebram o Festival de Beringia na costa do Estreito de Bering. O destaque da estação quente é o festival folclórico indígena de Ergav, que acontece na capital da região, Anadir.

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