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‘Mörser Gerät’, os morteiros gigantes que Hitler enviou para devastar a URSS
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Primeira fase da Operação Barbarossa (1941)
Como parte da Operação Barbarossa, o Schwere Artillerie Bataillon 833 foi mobilizado, com as suas baterias de morteiros autopropulsados, para atacar as fortalezas soviéticas de Brest-Litovsk e Lviv.
Os resultados iniciais mostraram problemas técnicos com o Mörser Gerät, incluindo falhas no sistema de disparo elétrico e munição fora do padrão. No entanto, apesar das dificuldades apresentadas, a 2ª Bateria conseguiu disparar 31 de seus 36 projéteis até 24 de junho de 1941. As fortificações em Brest-Litovsk acabaram caindo, mas o papel direto dos morteiros autopropulsados na vitória foi limitado devido a seus problemas técnicos e logísticos.
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Cerco de Sevastopol (1942)
Um dos episódios mais notórios do uso do Mörser Gerät contra a URSS se deu durante o cerco de Sevastopol em 1942. Três morteiros autopropulsados, incluindo os famosos “Thor” e “Karl”, foram mobilizados para destruir as fortificações soviéticas. As posições de disparo foram meticulosamente camufladas para proteger esses morteiros dos contra-ataques soviéticos.
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Entre 2 e 6 de junho foram disparados 19 projéteis pesados, seguidos por 54 em 7 de junho, e outros 50 entre 8 e 13 de junho. O fogo foi concentrado na bateria costeira Maksim Górki e no centro de comando conhecido como “O Bastião”. Embora os projéteis tenham causado danos consideráveis às estruturas de concreto e aos sistemas elétricos das torres, as fortificações soviéticas se revelaram surpreendentemente resistentes.
Cerco a Leningrado e operações fracassadas (1942-1943)
O Schwere Artillerie Bataillon 833 também participou da operação planejada contra Leningrado em 1942, porém os soviéticos conseguiram conter a implantação dos morteiros com ataques maciços. Tentativas subsequentes de usar o “Karl” em outras operações também falharam devido a problemas logísticos, cancelamentos de última hora e a crescente escassez de munição.
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Em 1943, foi formado o Schwere Artillerie Bataillon (Karl), com a intenção de empregar morteiros na ofensiva contra a cabeça de ponte (posição do outro lado de um rio ou mar, em território inimigo) de Oranienbaum, entretanto, a operação acabou sendo abandonada.
Batalha de Varsóvia (1944)
Em agosto de 1944, o morteiro foi enfim usado contra forças insurgentes durante a Revolta de Varsóvia. O modelo autopropulsado Ziu disparou projéteis de 2 toneladas que causaram grande destruição na cidade, incluindo um impacto direto contra o famoso arranha-céu Prudential.
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Apesar do poder destrutivo, os morteiros autopropulsados apresentaram constantes problemas mecânicos e logísticos.
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Declínio e Fim da Guerra (1945)
À medida que o Exército Vermelho avançava em direção ao núcleo da Alemanha, os “Karl-Geräts” eram enviados para a Frente Ocidental para tentar deter o avanço dos Aliados durante a Batalha das Ardenas.
No entanto, os morteiros já estavam obsoletos diante das realidades da guerra moderna. Muitos foram danificados e ficaram inoperantes devido à falta de peças de reposição.
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Hoje em dia, é possível encontrar um exemplar desses monstros de aço no Museu de Blindados de Kubinka.
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