Cientistas russos coletam gelo de quase 600 mil anos na Antártida

Cientistas russos coletam gelo de quase 600 mil anos na Antártida
Pixabay
Análises permitirão construir modelos de possíveis flutuações climáticas futuras no planeta.

Pesquisadores removeram um pedaço de gelo de 567 mil anos de uma profundidade de 3.453 metros no lago subglacial Vostok, na Antártida. O anúncio foi feito pelo Instituto de Pesquisa Científica do Ártico e Antártico em seu site.

O gelo, com 133,63 metros de comprimento, deve permitir avançar consideravelmente na compreensão de fenômenos passados ​​e futuros.

“Os núcleos de gelo podem ser usados ​​para reconstruir com precisão o regime de temperatura, estimar a atividade solar e vulcânica, a densidade e a composição de gases da atmosfera e determinar o teor de gases de efeito estufa. Seremos capazes de tirar conclusões sobre as mudanças biológicas, históricas e inclusive econômicas de nossa civilização. Mas, acima de tudo, poderemos construir modelos de possíveis flutuações climáticas futuras no planeta”, explica Aleksandr Makárov, diretor do instituto.

Além disso, ainda no âmbito deste projeto, os especialistas pretendem extrair gelo com 1,2 milhão de anos a uma profundidade de 3,61 km do solo até março de 2023.

Esta não é a primeira vez que os cientistas russos realizam esse tipo de trabalho. Em fevereiro de 2012, pela primeira vez na história da humanidade, um poço foi perfurado para atingir a superfície do lago, localizado 3.769,3 metros abaixo da calota polar. Amostras colhidas na época forneceram resultados importantes para a compreensão do corpo d’água subglacial. Dois anos depois, foi extraído outro núcleo de 71 cm de comprimento.

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