15 obras-primas imperdíveis do Museu Púсhkin, em Moscou
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O Museu Estatal Púсhkin (também grafado como Pushkin) de Belas Artes é o maior museu de Moscou dedicado à arte europeia e um dos maiores do mundo neste gênero. O fundador, Ivan Tsvetaev, acreditava que o museu educacional da Universidade de Moscou deveria apresentar o desenvolvimento da arte desde os tempos antigos até o Renascimento. O acervo foi criado para a formação artística e histórica dos jovens, sendo a primeira instituição deste tipo na Rússia. A decoração de cada sala do museu corresponde à época das obras apresentadas nela.
Atualmente, o Museu Púсhkin preserva em acervo mais de 670 mil obras de arte, entre pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, artes decorativas, arqueologia, fotografia e numismática.
1. Sarcófago de Mahu, ‘cultivador’ do Templo de Ámon, сirca 1550–1290 a.C.
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A extensa coleção egípcia do museu é baseada na coleção do orientalista Vladímir Golenischev, adquirida em 1909. O sarcófago de Mahu, no centro do salão, é um dos mais antigos da coleção do museu. O objeto é coberto com uma mistura de betume e resinas pretas, que os egípcios associavam à cor da terra fértil e ao renascimento de Osíris. O corpo do rei do submundo era frequentemente pintado de preto nas imagens. Listras verticais e horizontais cobertas com folhas de ouro imitam bandagens de múmia.
O nobre Mahu servia no templo do deus Ámon em Tebas, um importante centro religioso na capital durante o Novo Império. O seu título, Ahuti, poderia ser traduzido como “cultivador”. Mas, obviamente, ele não cultivava a terra; era provavelmente o dono das terras pertencentes ao templo.
2. Retratos de Faium, século 2
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Esses retratos realistas pintados sobre madeira foram encontrados perto do oásis Faium, no, Egito e são considerados uns dos mais antigos que sobreviveram até os dias de hoje. Eles eram usados como uma espécie de máscara, presos com ataduras de linho à mortalha em que a múmia era então envolvida. No total, há 22 retratos raros na coleção do museu.
3. Grande diadema do tesouro “A”, circa 2400 – 2200 a.C.
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Em 1945, tesouros encontrados durante as escavações de Troia pelo arqueólogo aventureiro Heinrich Schliemann foram levados de Berlim para a URSS. Cerca de 260 itens foram recebidos pelo Museu Púсhkin. Os tesouros, porém, foram escondidos do público por quase 50 anos; até a década de 1990, eles ficaram em um depósito fechado especial. Entre eles está um grande diadema dourado do chamado Tesouro de Príamo (ou Tesouro “A”). Cientistas sugerem que pertenceu a uma rainha ou sacerdotisa.
4. Tiziano Vecellio, “Retrato do cardeal Antoniotto Pallavicini”, década de 1540
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No século 17, esta pintura do gênio veneziano estava na coleção do artista flamengo Anthony van Dyck. Em 1772, o retrato foi adquirido para a coleção do Hermitage, em São Petersburgo, e, em 1928, foi transferido para o Museu Púсhkin.
5. Giovanni Antonio Boltraffio, “Retrato de um jovem como São Sebastião”, final da década de 1490
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Durante muito tempo, os especialistas em arte pensavam que esse retrato de um jovem havia sido criado por Leonardo da Vinci, porque o gênio italiano desenhou um quadro que retrata um jovem muito parecido. No entanto, hoje em dia, os pesquisadores duvidam dessa hipótese e preferem acreditar que o retrato foi pintado pelo pupilo de Leonardo, Giovanni Antonio Boltraffio.
6. Rembrandt, “Haman e Assuero na festa de Ester”, 1660
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Nos acervos do Museu Púсhkin há uma extensa coleção de gravuras e quadros do pintor holandês Rembrandt, o que permite traçar como o estilo do artista se desenvolveu. Rembrandt pintou a tela “Haman e Assuero na festa de Ester” já na idade adulta, quando tinha 54 anos.
7. Peter Paul Rubens, “Bacanal”, por volta de 1615
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O artista pintou este quadro não para um cliente, mas para si mesmo, sem ajuda de aprendizes. A fonte de inspiração foi um sarcófago antigo com imagens de cenas báquicas – o chamado sarcófago Uvarov. Rubens começou a trabalhar na pintura de “Bacanal” em meados da década de 1610 e não a terminou até sua morte. Ela é baseada no mito de Dionísio, Bacantes e Sátiros.
8. Antoon van Dyck, “Senhora d’Aubigny e a Condessa de Portland”, 1638-1639
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Aluno de Rubens, Van Dyck foi o pintor da corte do rei inglês Carlos 1º e fez este retrato duplo em várias etapas. Primeiro, ele retratou Senhora d’Aubigny, a esposa secreta do conde George Stuart. Um ano depois, quando a família do conde aceitou o casamento secreto, Van Dyck adicionou a imagem da Condessa de Portland, irmã de George.
9. Jean-Baptiste-Siméon Chardin, “Natureza morta com atributos das artes”, circa 1724-1728
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Essa obra é um dos primeiros dessus-de-portes de Chardin, ou seja, naturezas mortas usadas como inserções em cima de portas para decorar o interior. Quase todo o espaço da tela é ocupado pela mesa do artista com diversas ferramentas, e no centro está um molde escultural da cabeça de Mercúrio.
10. Giulio Romano, “Dama em seu banheiro”, início da década de 1520
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Por muito tempo, os especialistas acreditavam que este retrato feminino foi pintado por Rafael. Mas, na realidade, a pintura foi criada por seu pupilo. Não se sabe exatamente quem o artista retratou, mas a maioria dos historiadores de arte acreditam que a tela apresenta Fornarina, amante e musa de Rafael.
11. Sandro Botticelli, “Anunciação”, 1495 - 1498
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Acredita-se que o artista pintou essa obra para as portas de um pequeno altar portátil. As duas outras partes, com imagens dos Santos Domingos e Jerônimo, podem ser encontradas no Hermitage, em São Petersburgo.
12. François Boucher, Madonna com um bebê e o pequeno João Batista, 1758
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Essa obra foi criada por encomenda da favorita do Rei Luís 15º, a Marquesa de Pompadour. O filósofo Denis Diderot, embora tenha criticado o artista por suas cores excessivamente brilhantes, admitiu: “A Virgem Maria é indescritivelmente bela, tocante e cheia de amor…”.
13. Lucas Cranach, o Velho, “Madona e o Menino”, circa 1520
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A imagem da Virgem Maria com o menino Jesus, sentados em um coreto coberto de uvas, não foi integralmente preservada. As partes inferior e direita da pintura foram provavelmente cortadas. Esta é uma das obras mais famosas de Cranach, o Velho — sendo uma obra-prima da arte renascentista do Norte. O autor escolheu uma videira como fundo porque ela lembra a encarnação humana do Salvador e simboliza a Igreja.
14. Nicolas Poussin, “A Clemência de Cipião”, 1640
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Esta obra retrata a história antiga descrita por Tito Lívio em sua “História de Roma desde a Fundação da Cidade”. Em 209 a.C., o líder militar romano Públio Cornélio Cipião Africano conquistou Cartago. Uma das cativas era uma linda garota, Lucrécia. Quando Cipião soube que ela amava Alúcio, ele demonstrou generosidade: não tomou a moça como sua concubina, ele a devolveu ao noivo junto com o dinheiro que os pais dela haviam pago por ela e até uniu as mãos dos amantes. A pintura, que exalta a nobreza das ações do líder militar, é considerada um dos exemplos mais marcantes do Classicismo.
15. Bernardo Strozzi, “Alegoria da Impermanência” (Velha Faceira)
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A imagem representa uma variação de um tema do norte da Europa predominante no século 17 intitulado “Vanitas”, uma alegoria da impermanência e da transitoriedade da vida terrena, da glória e da beleza.
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