
Por que os estudantes chineses adotam nomes russos?

Segundo Liu Wenfei, tradutor de russo e professor do Instituto de Literatura Estrangeira da Academia Chinesa de Ciências Sociais, esta é uma tradição entre os eslavistas e remonta à década de 1950.
“Naquela época, havia muitos professores soviéticos na China. Muitas vezes, nem eram grandes conhecedores da China; simplesmente ensinavam russo para estudantes chineses. Eles achavam mais fácil lembrar nomes russos do que chineses, então, praticamente forçavam os alunos a se tornarem Masha (Maria), Lena (Elena) ou Vítia (Viktor).
Com o tempo, tornou-se desnecessário usar nomes russos, e a prática se transformou em uma tradição simples e amigável. Os próprios alunos também gostavam de adotar outros nomes: era algo exótico, uma máscara, um papel interessante. Quando era estudante, eu me recusei a adotar um nome russo.
Cheguei a discutir com minha professora sobre isso, pois ela havia me dado o nome Fédia (Fiódor) devido à semelhança sonora com meu nome chinês. Na época, eu só lia literatura russa traduzida e percebi que personagens chamados Fédia eram geralmente desinteressantes: garotos simples que moravam no campo ou trabalhavam em comércio. Naquela época, eu sabia pouco sobre Dostoiévski, embora pudesse ter recebido o nome dele.”
A Janela para a Rússia está também no Telegram! Para conferir todas as novidades, siga-nos em https://t.me/russiabeyond_br