
Como um cortesão quis lançar um feitiço sobre o tsar russo Pedro 1º

Andrei Bezobrazov, representante de uma antiga família nobre, era um “stolnik” (um tipo de “mordomo” ou “governante”) na corte real: servia à mesa do soberano durante as refeições cerimoniais, acompanhava-o em suas viagens e também desempenhava várias funções para o monarca.
Os “stolniks” contavam com a possibilidade de que, um dia, seriam nomeados para algum cargo diplomático ou nomeados “voevodas” para comandar tropas ou governar alguma região.
Foi isso que aconteceu com Bezobrazov. Em 1689, Pedro decidiu enviá-lo como “voevoda” para o Cáucaso do Norte. Mas o cortesão ficou horrorizado com a nomeação. Na ocasião, ele já tinha cerca de 70 anos e não queria mais deixar a capital – passava todo o tempo livre em sua propriedade favorita, Spásskoie-Kurílovo, perto de Serpukhov.
Bezobrazov usou suas conexões na corte, implorou e suplicou para conseguir a anulação do decreto. Mas foi tudo em vão, e o nobre desesperado acabou recorrendo à magia.
Ele viajou por cidades, reunindo feiticeiros e adivinhos. Reza a lenda de que o “stolnik” pretendia lançar um feitiço sobre o tsar e seu círculo íntimo, para que não quisessem deixá-lo ir. Segundo outro boato, ele planejava destruir o soberano.
As atividades de Bezobrazov logo foram descobertas e, naquela época, a adivinhação era punida com severidade. Em 18 de janeiro de 1690, o cortesão foi decapitado e os feiticeiros, queimados.
A Janela para a Rússia está também no Telegram! Para conferir todas as novidades, siga-nos em https://t.me/russiabeyond_br