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Três generais do último tsar russo que passaram para o lado dos bolcheviques

Janela para a Rússia (Foto: Niva, №14, 1916; Library of Congress; Domínio público)
O poder soviético via com grande desconfiança os altos comandantes do Exército Imperial, considerando-os inimigos ideológicos. Os antigos defensores do imperador tiveram que se esforçar muito para conquistar confiança e convencer de que não trairiam uma segunda vez.

1. Aleksêi Brusilov

Biblioteca do Congresso

Aleksêi Brusilov é o mais conhecido general do exército imperial russo que ingressou voluntariamente no serviço dos bolcheviques.

Ele ganhou fama em 1916, quando, no comando da Frente Sudoeste do Exército Imperial, conduziu um ataque bem-sucedido — a chamada “ofensiva de Brusílov”. De maio a julho de 1917, ocupou o cargo de comandante supremo do Exército Imperial Russo.

Em 2 de setembro de 1918, após o atentado contra Lênin, o general foi preso pelos vermelhos, mas libertado alguns meses depois.

Brusilov ingressou no Exército Vermelho em 1920. Segundo uma das versões, a ação foi motivada pela morte do filho, comandante de um regimento de cavalaria, fuzilado pelos brancos.

O general se dedicou ao fortalecimento da capacidade de combate do Exército Vermelho, à organização do treinamento pré-militar de cavalaria e atuou como inspetor de cavalaria. Faleceu em Moscou, em 1926, aos 72 anos.

Foi sepultado com todas as honras militares.

2. Dmítri Chuváiev

Niva, №14, 1916

O general de infantaria Dmitri Chuváiev ocupou, entre 1916 e 1917, o cargo de ministro da Guerra do Império Russo. Os bolcheviques o prenderam pouco depois de assumirem o poder, mas logo o libertaram.

No mesmo ano, Chuváiev ingressou voluntariamente no Exército Vermelho, onde se tornou responsável pelo treinamento de pessoal e atuou como chefe do Estado-Maior do Distrito Militar de Petrogrado.

Em 1926, ele se aposentou, mas não teve uma velhice tranquila. Durante as repressões em massa de Stálin de 1937, foi preso por “agitação contrarrevolucionária” e fuzilado.

3. Dmítri Kuzmin-Karaváiev

Domínio público

Dmítri Kuzmin-Karaváiev iniciou sua carreira militar ainda durante a Guerra Russo-Turca de 1877–1878. De 1909 a 1915, chefiou a Direção Principal de Artilharia (GAU).

Após o início da Guerra Civil, em 1918, o general fugiu do Exército Imperial e ingressou no Exército Vermelho, onde se dedicou à resolução de problemas sistêmicos no desenvolvimento do armamento de artilharia. Em 1930, aos 80 anos, aposentou-se com direito a pensão concedida pelas Forças Armadas.

Em 1935, durante as repressões políticas na URSS, perdeu a pensão e foi exilado de Leningrado para o Cazaquistão junto com a família. Suas pensões só foram restabelecidas na Segunda Guerra Mundial, e ele ainda recebeu a Ordem de Lênin “pelos longos anos de serviço e pela destacada contribuição ao desenvolvimento da artilharia russa”.

No entanto, ele era proibido de retornar a Leningrado ou Moscou. O general faleceu na pequena cidade de Múrom, em 1950, aos 93 anos.

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