Por que a amante de Nicolau 2º processou Lênin? E ainda venceu o processo
Não é de se admirar que a bailarina, que teve um caso com o herdeiro do tsar e mais tarde se tornou esposa do grão-suque Andrei Vladimirovitch, fosse considerada uma das mulheres mais ricas do Império Russo.
Na primavera de 1904, ela comprou um terreno enorme em São Petersburgo, localizado no centro da cidade, perto da Fortaleza de São Pedro e São Paulo, onde ergueu uma luxuosa mansão em estilo Art Nouveau. A casa acabou se tornou um dos centros da vida cultural russa na década seguinte, frequentada tanto por nobres quanto por artistas.
Em 1917, a relação próxima de Kschessinska com os Romanov levou a ameaças anônimas, forçando a bailarina a se esconder. Em março daquele mesmo ano, os bolcheviques já haviam ocupado a mansão – comitês do partido haviam se instalado lá e Vladimir Lênin chegou a trabalhar no local.
Kschessinska fez várias tentativas de recuperar sua casa, apresentando queixas e petições a autoridades diversas.
Quando tudo falhou, ela decidiu, então, processar os bolcheviques — e Lênin pessoalmente. Por incrível que pareça, o tribunal acabou decidindo a seu favor contra o líder revolucionário.
No verão de 1917, veículos blindados, com metralhadoras e artilharia, foram mobilizados para expulsar os bolcheviques, que relutavam em deixar a mansão. Mas a bailarina não conseguiu retornar à casa, que havia sido ocupada por soldados do Governo Provisório. Já sem esperança, ela partiu para Kislovodsk e, em 1920, deixou a Rússia para sempre.
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