Renda de Mikhailov: o que torna este artesanato russo tão especial?
O berço desta renda colorida é a antiga cidade russa de Mikhailov e as aldeias vizinhas na região de Riazan.
Em nenhum outro lugar, as artesãs teciam renda de bilros em cores tão vibrantes. Fios grossos em tons vivos (vermelho, azul, amarelo, verde) passaram a ser usados para criar padrões expressivos e alegres, muitas vezes com nomes poéticos como “balalaicas” ou “sinos”.
A renda de Mikhailov é feita usando o método “numérico” , o que significa que a largura da peça é determinada pelo número de bilros. Este método exige grande habilidade e uma boa memória, pois os padrões são criados contando os fios, sem um desenho pré-formulado.
Renda de Mikhailov, 1957
Originalmente, essa renda era usada para adornar vestidos, toalhas e toalhas de mesa. Era muito valorizada por sua resistência e durabilidade, suportando lavagens e uso frequente.
Artesãs de renda de Mikhailov, 1970
Este artesanato popular se tornou amplamente conhecido na segunda metade do século 19, quando a renda começou a ser vendida ativamente em feiras, tanto na Rússia quanto no exterior.
Renda fabricada na ‘Trújenitsa’, 1968
A renda era feita por artesãs que trabalhavam em casa e depois vendiam os seus produtos para comerciantes. Na véspera da Primeira Guerra Mundial, havia cerca de 10 mil rendeiras em Mikhailov e nas aldeias circundantes.
Traje típico da região de Riazan, década de 1960
No final da década de 1920, as rendeiras se uniram na cooperativa artesanal urbana “Trújenitsa” (“A Trabalhadora”) e iniciaram a produção centralizada. Uma fábrica com o mesmo nome ainda funciona em Mikhailov hoje em dia.
Artesãs rendando, década de 1980
Ao longo dos anos, a tecnologia de produção permaneceu praticamente inalterada, com a única diferença sendo que a renda é feita agora seguindo padrões, em vez de ser tecida de memória. Curiosamente, ainda são usadas as mesmas bobinas antigas.
Renda de Mikhailov, 2023
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