Como Vladímir Maiakóvski escreveu um roteiro para um filme francês

Culture Club / Getty Images Poeta russo em sua exposição ‘20 anos de obras de Maiakóvski’
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O poeta soviético visitava com frequência Paris, onde levava uma vida social agitada. Não se sabe ao certo como ele conheceu o diretor de vanguarda René Clair, mas, em 1928, Maiakóvski concordou em escrever o roteiro de um filme sonoro para ele. E anunciou isso em um telegrama para sua musa, Lilia Brik.

Maiakóvski intitulou a história para Clair em um estilo vanguardista: “O Ideal e o Cobertor”. O protagonista, é claro, era ele mesmo. “Maiakóvski ama. Maiakóvski ama as mulheres. Homem de sentimentos sublimes, busca a mulher ideal. Chegou a ler Tolstói. Cria mentalmente seres ideais, promete a si mesmo unir seu destino apenas a uma mulher que corresponda ao seu ideal – mas ele sempre encontra outras mulheres”, começava o roteiro.

Keystone-France/Gamma-Keystone Retrato do cineasta francês René Clair, entre 1925 e 1935
Keystone-France/Gamma-Keystone

Segundo a trama, o poeta se apaixona por uma dessas “outras mulheres”, e um caso vulgar, sensual e tempestuoso se inicia entre eles. Maiakóvski sonhava em terminar o relacionamento em que estava, e se apaixona pela voz de uma mulher ao telefone, imaginando que ela era “a sua única”. Anos depois, ele termina a relação incômoda e parte para encontrar a bela desconhecida. Mas, ao vê-la, percebe que a amante rejeitada e a mulher imaginária são a mesma pessoa.

No entanto, por algum motivo desconhecido, o filme nunca jamais realizado. Apenas um rascunho do roteiro foi publicado após a morte do poeta no livro “Maiakóvski - Dramaturgo”.

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