É verdade que os EUA planejavam desmoralizar a URSS com camisinhas?
Eis um fato surpreendente sobre os preservativos: supostamente, a CIA planejava usá-los como uma arma psicológica contra a União Soviética durante a Guerra Fria.
Embora a guerra psicológica tenha sido uma das táticas usadas pela CIA nesse período, é difícil dizer se a história amplamente divulgada sobre os preservativos é verdadeira.
Tamanho importa
No auge da Guerra Fria, os EUA e a União Soviética competiram pelo domínio em todas as áreas possíveis, incluindo militar, ciência, esportes etc.
Aparentemente, os planejadores da CIA consideraram adicionar masculinidade à lista. Em algum lugar no fundo dos corredores da sede da CIA em Langley, no estado da Virgínia, oficiais de inteligência tiveram a ideia de lançar de paraquedas milhares de preservativos XL rotulados como “médios” em nações do Bloco Oriental.
A ideia por trás da operação era minar a moral dos homens que viviam na URSS, insinuando que os ocidentais eram anatomicamente superiores aos seus inimigos comunistas e, em geral, mais bem dotados. Acreditava-se que esse movimento de guerra psicológica devastaria os homens comunistas e, talvez, tornaria as mulheres comunistas um pouco mais interessadas nas vantagens da vida por trás da Cortina de Ferro.
A CIA, porém, nunca realizou a sabotagem psicológica.
Unidade secreta da CIA
Não se sabe ao certo se a estratégia de preservativos da CIA foi uma piada dentro da comunidade de inteligência norte-americana ou uma política que recebeu uma certa parcela atenção, antes de ser descartada do manual dos espiões.
No entanto, se a estratégia ingênua de minar a URSS usando preservativos XL já foi considerada seriamente, deve ter partido do secreto Escritório de Coordenação de Políticas.
Liderado por Frank Gardiner Wisner, um dos oficiais norte-americanos que ajudaram a moldar a CIA nos primeiros anos de sua existência, o Escritório de Coordenação de Políticas era essencialmente uma ala da CIA responsável pelo planejamento e execução de operações secretas durante o início dos anos 1950.
O escritório aperfeiçoou suas táticas clandestinas quando minou a vitória do Partido Comunista Italiano, apoiado pela URSS, durante as eleições de 1948 no país. Os esforços da CIA e esse sucesso na Itália garantiram que o país europeu permanecesse no Bloco Ocidental e demonstrou o potencial retorno que as operações secretas poderiam fornecer.
Ao longo dos últimos anos da Guerra Fria, o Escritório de Coordenação de Políticas da CIA contribuiu bastante para os esforços dos Estados Unidos de combater o comunismo em várias partes do planeta, garantindo também que Washington pudesse se isentar de qualquer responsabilidade pelas operações caso fossem descobertas.
Operando sob o comando de Wisner, o Escritório de Coordenação de Políticas teria considerado várias táticas de guerra psicológica inusitadas, que incluíam o paraquedismo de artigos de higiene norte-americanos para demonstrar sua disponibilidade no Ocidente – e o lançamento de preservativos XL rotulados como ‘médios’ para desmoralizar os soviéticos.
Um boato questionável
Outra história que já foi publicada na internet e mídia impressa soa semelhante. Há boatos de que Winston Churchill planejava fazer uma brincadeira semelhante contra os russos, norte-americanos ou alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Mas não há evidências indicando que a tática tenha sido seriamente considerada pelos britânicos.
Uma teoria diz que a história surgiu da prática de infantarias de proteger os canos de rifles com preservativos. Às vezes, isso era feito para proteger as armas da lama, neve, umidade e detritos durante a guerra. Se isso for verdade, cobrir barris grandes exigia camisinhas XL.
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