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Os 7 animais de estimação favoritos dos tsares russos (FOTOS)
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- Lisetta, a salvadora
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Ao voltar de uma missão diplomática na Europa, nos arredores de Riga, Pedro, o Grande, encontrou alguns mercadores levando uma égua da raça Karabach. Foi amor à primeira vista: ele ofereceu seu próprio corcel e mais 100 moedas de ouro holandesas pela égua.
Ele não teve que pensar muito sobre o nome da égua: Lisetta. Acredita-se que o nome pertencia a uma de suas amantes. A compra valeu a pena: a égua só reconhecia o imperador como mestre.
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Pedro e Lisetta lutaram na Guerra do Norte e na Campanha Persa, entre outros. Já na Batalha de Poltava, Lisetta teria salvado a vida de seu mestre: quando os suecos começaram a atirar em Pedro, Lisetta girou para o lado e as balas só atingiram a sela e o chapéu do imperador.
- Gato mensageiro
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A Corte Real Romanov sempre teve muitos animais - alguns eram até mesmo encarregados de desempenhar papéis sérios. Por exemplo, o gato do tsar Aleixo da Rússia caçava e eliminava os muitos roedores do palácio.
E ele era tão bom caçador que até pintaram um retrato dele: “O gato do grão-príncipe de Moscovia” foi pintado em 1863 pelo artista tcheco Vaclav Hollar.
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Outro artista, Viatcheslav Shvartz, retratou o gato brincando em “Cena da vida dos tsares russos”. Seguindo os passos de Aleixo da Rússia, outros tsares também colocaram gatos em seus palácios.
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Pedro, o Grande, trouxe um bichano da Holanda, e Isabel da Rússia encomendou um carregamento inteiro de caçadores de ratos da raça pura de Kazan, para resolver o problema de roedores do Palácio de Inverno.
- Sr. e Sra. Anderson
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Catarina, a Grande adorava cães. Sua maior paixão eram os galgos: ela tinha um casal de galgos de pequenos e elegantes, que ganhou do médico Thomas Dimsdale, e batizou de Sr. Tom Anderson e Sra. Anderson. Eles se tornaram os progenitores de uma família inteira de cães imperiais.
A imperatriz dava os filhotes do casal de presente a seus amigos próximos. Os majestosos galgos viviam nas casas de Volkonski, Narichkin e Orlov. E, embora um criado especial tenha sido designado para cuidar dos animais, a própria Catarina era quem sempre os conduzia. Certa vez, a cena foi retratada pelo artista Vladímir Borovikovski.
Em uma cartas, Catarina escreveu sobre como estavam seus animais de estimação, se desculpando pelas manchas de tinta que um dos cachorros deixou cair no papel.
Um dos cães favoritos de Catarina era a bisneta do Sr. Tom, Zemira. A imperatriz não poupava gastos para tornar puro luxo a vida da cadela. Ela até mesmo dormia nos casacos de pele antigos da dona.
Catarina tinha dificuldade para lidar com a morte de seus animais. Sempre que ela fazia caminhadas na residência de Tsarskoie Selo, parava no túmulo deles, no Lago Bolchoie.
- Poodle de circo
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Sempre que as pessoas viajavam para a cidade alemã de Karlsbad, tentavam visitar o show onde Minuto, o Poodle, fazia cálculos, adivinhava cores e até as cartas. A notícia do cão chegou ao embaixador Dmítri Taischev, que o comprou e com ele presenteou Nicolau 1°.
O tsar russo trocou o nome do cão para “Gussar” (hussardo) e ele se tornou seu queridinho: Nicolau passeava com ele e o alimentava com as torradinhas que lhe traziam para o café da manhã. Se um membro da corte real exigisse uma convocação, o tsar enviava o cachorro, que sempre encontrava a pessoa necessária e a puxava pela roupa.
- Senhor leal
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O setter favorito de Alexandre 2°, Milord, ia passear com o tsar. Ninguém tinha autorização para passear com o cachorro. O cão preto de patas brancas era conhecido de todos: por vezes, o setter se comportava mal e emboscava vários membros da corte durante os passeios no Jardim de Verão.
Uma dessas almas infelizes foi um jovem que levava krendels (uma espécie de pretzel) para a avó. Depois de ver o imperador, o homem imediatamente se levantou e fez uma saudação. Naquele exato momento, Milord pegou a guloseima na outra mão do rapaz. O imperador ordenou que seus cozinheiros fizessem um bolo para substituir o krendel roubado e pagou uma compensação em dinheiro para o moço.
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Assim como aconteceu com os galgos de Catarina, o setter do tsar produziu descendentes, um dos quais foi presenteado ao lendário escritor Lev Tolstói. Mas o próprio Milord era tão ligado ao dono que isso acabou levando-o à ruína. Durante uma viagem a uma exposição mundial, em Paris, em 1867, o imperador optou por deixar o setter em casa e o cachorro morreu de desespero.
- Kamtchatka, o cão esquimó
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“Tenho pelo menos um amigo altruísta entre os homens? Não, e eu nunca poderia ter um. No entanto, tinha um entre os cães, e Kamchatka era um deles”, disse Alexandre 3° em memória de seu husky com manchas brancas.
O cão foi trazido de uma viagem ao redor do mundo por marinheiros do encouraçado “África”. Ele levava o cão para caçar, o deixava dormir em seus aposentos e o alimentava com petiscos feitos especialmente de fígado e carne moída.
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A vida do cão foi tragicamente interrompida quando um trem com a família real a bordo estava voltando da Crimeia a São Petersburgo e descarrilou. Todos os membros da família sobreviveram ao acidente, com pequenas contusões, mas Kamtchatka morreu. Aleksandr ordenou que o cachorro fosse enterrado em Gatchina, no jardim, em frente ao seu escritório.
- Os elefantes de Sua Majestade
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Esses majestosos animais eram presenteados aos Romanov desde o início do século 19. Eles tinham seu próprio recinto especial em Tsarskoie Selo. Um par de elefantes foi trazido por Nicolau 2°: ele trouxe um elefante indiano em 1891, depois de viajar ao Oriente, e um africano no retorno da Abissínia em data desconhecida.
Os elefantes tinham seu próprio cuidador, que também supervisionava seu treinamento. Não era barato manter esses animais: custava cerca de 18.000 rublos por ano, uma quantia gigantesca à época.
Todos os dias, um elefante consumia dois “puds” (uma medida russa equivalente a 32 quilos) de panquecas fritas na manteiga. Outro ritual diário era uma sua ida à lagoa próxima, onde os elefantes tomavam banho.
Nicolau escreveu em seu diário: “Alexei e eu trouxemos o elefante para o nosso lago e nos divertimos muito vendo-o tomar banho.” O elefante africano viveu em Tsarskoie Selo até 1917, quando foi morto a tiros por marinheiros amotinados da Revolução.
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