7 pratos russos antigos muito estranhos

Legion Media
Legion Media
Peixe apodrecido, mingau de ervas daninhas, gansos mumificados e outras "iguarias" da Idade Média...
  1. Peixe petchora salgado "aromático"
Legion Media
Legion Media

O peixe era um prato frequente na mesa russa. Não havia restrições para a pesca, ao contrário da caça, e até mesmo um camponês podia comprar salmão, esturjão, truta e outros peixes hoje considerados nobres para o jantar — dependendo da população ribeira mais próxima.

O peixe petchora salgado era feito na época de desova primaveril. Tiravam suas vísceras, as brânquias e o lavavam. Dentro do peixe era colocado sal e, depois, o animal era colocado em barris de madeira de carvalho, com a parte de trás para baixo, também colocando sal sobre o peixe e urtigas ou pinhas dentro.

Os barris eram então cobertos e mantidos mornos. Depois de alguns dias, o peixe fazia um "suco" - então um peso era colocado sobre o animal e ele era mantido em uma adega fria. Até o final do verão, o “aromático” peixe fermentado estava pronto para ser servido.

  1. Suco de peixe
Legion Media
Legion Media

No norte do país, na região de Arkhânguelsk, outra receita de fermentação de peixe era popular, mas neste caso o resultado era um molho de peixe. Os aldeões cavavam um grande buraco, colocavam folhas no fundo e nas paredes e depositavam ali um peixe de rio.

Depois disso, o animal era coberto com folhas e, em seguida, com terra. Após alguns meses, o buraco era aberto novamente, quando o peixe já estaria "boiando" em líquido. O molho de peixe era tirado do buraco com um balde.

A receita pode parecer nebulosa agora, mas era difundida em muitos países. Um dos exemplos mais famosos é o molho de “garum” da cozinha greco-romana, feito por meio fermentação do peixe ao sol durante dois ou três meses. Também há o contemporâneo molho Worcestershire.

  1. Pão de junco
Vjacheslav Lozovoy / Getty Images
Vjacheslav Lozovoy / Getty Images

O pão de junco era feito em áreas pantanosas na primavera. Eram utilizados os rizomas, ricos em açúcar e amido. As raízes eram cortadas em fatias finas e desidratadas. Depois disso, se fazia a farinha e, em seguida, o pão.

Durante a Segunda Guerra Mundial, esse tipo de alimento salvou os soldados da fome.

  1. Mingau de Átriplex
Legion Media
Legion Media

A Átriplex (um gênero botânico da família Amaranthaceae) é uma erva daninha comum na Rússia. Assim, na ausência de outros produtos quando de uma colheita ruim, a população costumava utilizar essa planta para se alimentar.

Na primavera, a Átriplex é rica em vitaminas e minerais úteis. A planta é aparentada da quinoa e também é conhecida como "espinafre selvagem". Há muitas variedades delas, algumas amargas e até venenosas.

A Átriplex é utilizada em hambúrgueres, sopas e mingaus. O mingau feito a partir dela é chamado de "lebedian" (já que seu nome em russo é “lebed”) e é feito como um mingau normal com leite (com gosto semelhante ao do mingau de trigo sarraceno).

  1. Mingau de casca de árvore
Legion Media
Legion Media

Este é outro prato que salvou os habitantes das regiões setentrionais do país da fome. A camada externa e a fina primeira interna das cascas de pinheiro ou bétula eram removidas dessas árvores e usadas para fazer mingau.

A casca de bétula é mais difícil de moer e precisa ser fervida por um tempo maior. O mingau feito de casca de árvore lembra o de sêmola, mas tem um amargor próprio.

  1. Ganso mumificado
Legion Media
Legion Media

Os camponeses usavam todos os meios disponíveis para preservar os alimentos. Um deles era o “polotok”. Para isso, a carcaça de um ganso era aberta, os ossos eram extraídos e o restante era colocada em um barril com especiarias.

Era despejado o salitre por cima, o barril era selado hermeticamente e ficava em repouso do outono até a primavera. Na primavera, o ganso era retirado do barril, defumado e servido. A carne ficava seca e bastante dura.

  1. Crista de galo
Legion Media
Legion Media

Este prato era acessível apenas para cidadãos urbanos abastadas — e só até o século 19. Nessa época, as cidades de Rostov e Vologda se especializaram no fornecimento de cristas de galo. Lá, um grande número de galos era esquartejado e para comercializar uma enorme quantidade de cristas com as grandes cidades. Isto era feito somente no inverno, para que a iguaria chegasse fresca ao destino.

Uma porção tinha de 20 a 30 cristas. Para ficarem macias, elas eram estufadas com ervas e reservadas em um recipiente por algumas horas. Algumas vezes as cristas eram recheadas com carne de aves ou servidas com um molho de bagas.

LEIA TAMBÉM: Por que você não pode provar o principal prato da Tchukotka por aí?

Para ficar por dentro das últimas publicações, inscreva-se em nosso canal no Telegram

<