K-12 “Pássaro de Fogo”, o bombardeiro sem cauda vítima do destino de seu projetista

K-12 “Pássaro de Fogo”, o bombardeiro sem cauda vítima do destino de seu projetista
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Aeronave foi reconhecida como a ancestral de todas as supersônicas modernas.

O trágico destino do projetista de aeronaves Konstantin Alekseievitch Kalinin e sua famosa aeronave da série K continuará atraindo a atenção de pessoas por um longo período. A morte de um dos notáveis ​​representantes da elite técnica do país nos anos de repressão de Stálin teve impacto no modo de desenvolvimento da aviação doméstica.

K-12 “Pássaro de Fogo”, o bombardeiro sem cauda vítima do destino de seu projetista Konstantíin Alekséievitch Kalinin
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Recordemos, por exemplo, uma das aeronaves desenvolvidas pela equipe de projetos chefiada por K.A. Kalinin na década de 1930: a aeronave experimental sem cauda K-12.

De acordo com o Airwar.ru, em fevereiro de 1931, seguindo a nova doutrina militar destinada a melhorar as Forças Aéreas do Exército Vermelho, o Instituto de Pesquisa Científica das Forças Aéreas elaborou os requisitos para uma futura aeronave “militar” multifuncional. O projeto e a construção do veículo, denominado VS-2, foi confiado à Fábrica Experimental de Aeronaves de Carcóvia (JAZOSS), liderada por Kalinin.

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Foi então definido que o K-12 deveria desempenhar as funções de bombardeiro leve, aeronave de reconhecimento, reconhecimento fotográfico e até mesmo aeronave de transporte leve e ambulância. A velocidade exigida tinha que ultrapassar 250 km/h a uma altitude de 3.000 metros e um raio de ação de 350 km.

Na primeira versão, a única coisa interessante, de acordo com a direção do projeto, era o esquema de asa voadora. Naquela época, tanto na URSS quanto no exterior, esse esquema atraiu construtores aeronáuticos, mas apenas os mais ousados ​​​​tentaram tirar do papel. Muitos aspectos técnicos tiveram que ser levados em conta e, apesar de os cálculos mostrarem que essa configuração traria vantagens importantes em termos de velocidade, manobrabilidade e facilidade de defesa, o risco também era muito grande.

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Na segunda versão do Tsar Ptitsa (Pássaro de Fogo, em portugues) surgiu a variante definitiva sem cauda e com configuração de asa trapezoidal, com superfícies verticais usadas como lemes localizados nas extremidades.

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A versão civil do modelo foi calculada para 11 passageiros e uma variante postal acomodava seis. O avião poderia ser desmontado para transporte em vagões de trem.

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O Kalinin K-12 deveria ser operado por três pessoas. O piloto ficava localizado na cabine superior, na área central da fuselagem. O navegador artilheiro viajava no nariz, com uma torreta armada com metralhadoras. A cabine do navegador permitia as operações de voo. A cabine e os tanques de combustível podiam ser revestidos com blindagem removível.

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Infelizmente, porém, o K-12 apresentado no desfile aéreo foi o único exemplar construído. Em 1º de abril de 1938, o seu criador, Kalinin, acabou sendo detido. De acordo com o parecer do Colégio Militar do Supremo Tribunal da URSS, ele foi acusado de ser um “inimigo do povo” e fuzilado. Este fato selou o destino do Pássaro de Fogo.

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O K-12 tinha 18 metros de envergadura, 8 metros de comprimento e peso, já com carga, de 4,2 toneladas. Atingia uma velocidade máxima de 240 km/h a 3.000 metros de altitude e tinha um alcance de voo de 700 km.

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O avião foi decorado com as cores marcantes do Pássaro de Fogo do folclore russo e participou das festividades do Dia das Forças Aéreas Soviéticas, em 18 de agosto de 1937, sobre Túchino. Na época, os testes estatais começaram a ser realizados no NII VVS.

Deve-se lembrar que o Kalinin K-12 entrou para a história como o primeiro bombardeiro construído com um design sem cauda. Em 1998, a revista britânica Air Pictorial reafirmou isso: “Esta aeronave foi o ancestral de todos os aviões supersônicos modernos”.

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