Por que todas as ‘datchas’ (casas de campo) tinham que ter 600 metros quadrados?
Muitas famílias soviéticas receberam lotes de terra do Estado, nos quais puderam construir uma casa de campo (“dacha”) e cultivar vegetais e frutas. No entanto, o tamanho dessas propriedades acabou se tornando estritamente regulamentado.
“Sotka” (ares) é uma unidade métrica de área que corresponde a um centésimo de hectare. Em outras palavras, se o lote tiver 20 metros de largura e 30 metros de comprimento, isso corresponde a seis ares — 600 metros quadrados.
O ideólogo por trás desse “padrão para datcha” foi Vitáli Edelstein, professor do Instituto Agrícola de Moscou. Em vida, escreveu mais de 500 artigos científicos dedicados à tecnologia do cultivo de vegetais. No livro ‘Jardim Individual’ (1944), ele analisou quais plantas eram melhor cultivadas e calculou as quantidades necessárias de cultivo.
Vitáli Edelstein
O professor listou batatas, cenouras, cebolas, pepinos, tomates e repolho como os principais vegetais; em suma, tudo o que as pessoas na Rússia cultivam em suas datchas até hoje.
Depois, Edelstein calculou a área necessária para uma horta (124,5 metros quadrados), multiplicou pelo número de pessoas na família e adicionou um espaço para árvores de jardim e dependências. O resultado desse cálculo acabou sendo exatamente 6 “sotkas” ou ares.
Em 1949, o Conselho de Ministros da URSS emitiu um decreto intitulado ‘Sobre horticultura e jardinagem coletiva e individual de trabalhadores e empregados’. Com base nos cálculos de Edelstein, ficou estabelecida a norma de 6 ares dentro dos limites da cidade ou 12 ares fora dela. Muitos lotes de datcha haviam sido alocados para cidadãos na década de 1930, mas de tamanhos diferentes. Em 1961, o próprio professor recebeu o título de ‘Herói do Trabalho Socialista’.
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