
Como era um típico pátio soviético?

1. Vovós de olho em tudo
À primeira vista tinha-se a impressão de que as simpáticas velhinhas estavam ocupadas cuidando dos netos e discutindo notícias e fofocas. Mas, na realidade, elas desempenhavam as funções de câmeras de vigilância inteligentes modernas, que passavam a maior parte do dia monitorando a vizinhança. O resultado de sua supervisão incansável era a redução de roubos, conduta desordeira e crimes graves; em caso de violação da lei, elas sempre atuavam como testemunhas.
2. Moradores do primeiro andar nas janelas
Muitas vezes, eram vovós ou vovôs que haviam se separado do grupo, que não tinham tempo ou, por algum motivo, não podiam se juntar aos amigos no banco ou nas mesas de jogo. Mesmo assim, ainda queriam se sentir pertencentes à comunidade do pátio. Também era conveniente para mães ficarem de olho nos filhos sem precisar se ausentar da casa.
3. Varal com cordas para secar roupa de cama
Este era um local estritamente “adulto” no pátio, que as já citadas vovós guardavam vigilantemente contra a presença de crianças. As palmas sujas de crianças ou uma bola podiam manchar roupas recém-lavadas e causar um conflito entre os moradores do prédio.
4. Donos de cães ao redor do pátio
Na época soviética, não havia o costume de coletar fezes de cachorro em sacos plásticos, então, os tutores de animais ficavam restritos aos entornos do pátio, para não sujar os locais onde as crianças brincavam.
5. Balanços e carrosséis
A mente curiosa das crianças tentava transformar diversões aparentemente seguras em máquinas de treinamento extremo. Nos balanços, elas tentavam girar 360 graus. Se não desse certo, saltavam dos balanços para ver quem conseguia pular mais longe. E o carrossel girava a uma velocidade tal que era como se estivessem praticando para se tornarem astronautas.
6. Motoqueiros com seus ‘melhores amigos’
Homens de meia-idade e os meninos e jovens curiosos que se juntavam a eles passavam as noites e os fins de semana rondando seus veículos pessoais.
7. Pombal organizado
Embora o espaço em si fosse público, os pássaros geralmente pertenciam a um dos moradores do prédio. Muitas vezes, eram pombos-correio com pedigree. O dono do pombal subia ao telhado todos os dias e, com a ajuda de uma vara comprida com uma fita e um apito de dois dedos, “guiava os pombos”, ou seja, fazia o bando de pássaros dar voltas pela vizinhança, evitando que ficassem preguiçosos e voltassem para casa mais cedo.
8. Uma caixa de areia com fungos
Havia uma em quase todos os pátios. No calor do verão, abrigava as crianças do sol; no mau tempo, da chuva; e no fim da tarde, servia como local para encontros românticos de adolescentes. Às vezes, os bêbados locais se aglomeravam ali à noite, mas acabavam sendo afugentados por cidadãos vigilantes.
9. Equipamentos esportivos para adultos, ou “montanha de escalada” para crianças
De manhã e à noite, eram usados por homens e, ocasionalmente, por mulheres, que se consideravam adeptos de um estilo de vida saudável. À tarde, as crianças brincavam se pendurando neles.
10. Jovens mães com carrinhos de bebê
Elas eram mais um símbolo dos pátios soviéticos. Não andavam perto do parquinho por causa dos gritos de crianças maiores brincando – que poderiam acordar um bebê dormindo. Já na área dos cachorro, os latidos eram constantes. Então, as mães procuravam um lugar mais silencioso, mas não muito longe de casa, para poderem voltar imediatamente quando seu próprio filho acordasse e exigisse cuidados.
11. Vovôs com dominó, xadrez, damas, gamão e cartas
Ao contrário das avós, esse coletivo estritamente masculino podia ocasionalmente incluir homens de meia-idade e adolescentes. Mas, também ao contrário das vovós, eles só se preocupavam mesmo com jogos de tabuleiro e conversa fiada. Ficar de olho nos netos ou no ambiente ao redor era uma tarefa impensável.
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