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3 líderes soviéticos que participaram da Segunda Guerra Mundial
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1. Nikita Khruschov
Nikita Khruschov se tornou líder da URSS em 1953 e permaneceu no poder por 11 anos. Seu governo se destacou pela desestalinização e por uma maior liberdade, ainda que parcial, da vida pública, conhecida como “Degelo”, assim como pela crise do Caribe.
Khruschov entrou para a mais alta elite política da União Soviética antes da Segunda Guerra Mundial, em 1938. Ele se tornou primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista da Ucrânia e, em 1939, membro do Politburo, o órgão dirigente do Partido. Após o início da invasão dos nazistas, Khruschov se tornou membro dos conselhos militares das frentes Sudoeste, Sul, de Voronej e de Stalingrado.
Os conselhos militares eram órgãos colegiados que discutiam e resolviam questões fundamentais de organização das operações de combate, comando e controle, treinamento e abastecimento de tropas. Os conselhos incluíam o comandante da frente, o chefe do Estado-Maior e outros políticos.
“Lembro-me do enorme trabalho político e organizacional que Khruschov fez durante o período de intensos combates nos arredores de Kiev", disse o marechal Ivan Bagramian sobre os acontecimentos do verão de 1941. "Ele estava o tempo todo nas fábricas ou na frente e gozava da grande confiança do povo de Kiev e das tropas, direcionando habilmente suas ações para alcançar a vitória."
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A vitória, porém, não aconteceu. Em setembro, a URSS perdeu o controle sobre a cidade e um dos exércitos soviéticos foi derrotado. Antes da derrota, Khruschov e vários líderes militares tinham sugerido deixar Kiev para salvar os soldados e construir novas defesas ao longo da margem esquerda do Dnieper, mas Stálin proibiu que a antiga capital russa se entregasse.
Em maio de 1942, o Exército Vermelho começou uma ofensiva perto de Kharkov que terminou em desastre total e na perda de 270 mil soldados. O papel de Khruschov como membro do conselho militar nesses eventos é avaliado de diferentes maneiras. Diz-se que ele tentou convencer Stálin a interromper a operação, mas o ditador teria negado o pedido. Outra versão da história é a de que Khruschov teria sido categoricamente contrário à interrupção da ofensiva.
O general Semion Ivanov descreveu as atividades de Khruschov durante as batalhas de Stalingrado assim: “Este homem baixo, gordo e de sorriso simples, foi sempre um tipo de estabilizador da situação dentro do círculo de líderes militares responsáveis pela Batalha de Stalingrado. A situação era tensa, todos trabalhavam literalmente até a exaustão, por isso, muitas vezes, ocorriam colapsos nervosos [...] Nikita Serguêevitch [Khruschov], ao que parece, previa esses conflitos e encontrava o tom certo, acalmando os outros."
Durante a guerra, Nikita Khruschov recebeu as medalhas de Kutuzov e Suvorov e foi promovido a tenente-general.
2. Leonid Brejnev
Após derrubar Khruschov em 1964, Leonid Brejnev permaneceu no poder até morrer, em 1982. O longo período de governo de Brejnev é conhecido como a "Era da Estagnação", caracterizada pela relativa estabilidade, nível de vida bastante alto e declínio acentuado no desenvolvimento econômico do país.
Antes do início da guerra, Brejnev fez carreira política em Dnepropetrovsk. Ele serviu no Exército Vermelho em cargos político-militares e acabou mobilizado em junho de 1941.
O episódio mais notável na biografia militar de Brejnev foi a batalha de Novorossisk, em 1943. Em 4 de fevereiro, um destacamento de fuzileiros navais do 18º Exército, no qual Leonid Bejnev servia como chefe do departamento político, capturou uma pequena base na costa da Baía de Tsemess.
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Brejnev teve que substituir um metralhador que fora morto e conter a infantaria inimiga até que a ajuda chegasse. “Naquele momento, o mundo inteiro se reduziu para mim a uma estreita faixa de terra ao longo da qual os nazistas fugiram. Não me lembro quanto tempo demorou. Tinha apenas um pensamento na cabeça: parem! Parece que não ouvi o rugido da batalha, não ouvi os comandos. Percebi apenas em algum momento que começaram a cair os inimigos que eu não atingi: eram os soldados que vieram nos socorrer que atiravam”, escreveu Brejnev em seu livro “Terra pequena”.
Brejnev foi promovido ao posto de major-general. Em 24 de junho de 1945, ele participou do Desfile da Vitória, na Praça Vermelha, encabeçando a coluna de tropas da 4ª Frente Ucraniana, junto ao comandante da frente, general Andrei Eremenko.
3. Iúri Andropov
Em 12 de novembro de 1982, dois dias após a morte de Leonid Brejnev, o presidente da KGB da URSS, Iúri Andropov, tornou-se líder do país. O novo secretário-geral do Comitê Central do PCUS iniciou imediatamente uma campanha contra a corrupção e uma profunda transformação econômica do país, mas não conseguiu concluir o que começou. Já gravemente doente, Andropov morreu apenas 15 meses após assumir o mais alto posto do país.
Ao contrário de seu antecessor, Andropov não participou pessoalmente das beligerâncias. Em 1936, devido a diabetes e problemas de visão, ele foi retirado do registro militar. No entanto, Andropov conseguiu contribuir para a vitória sobre a Alemanha nazista.
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Em 1940, ele foi enviado para a República Socialista Soviética Carelo-Finlandesa, formada após o fim da Guerra de Inverno contra a Finlândia. Ele foi responsável pelo movimento comunista da juventude da nova República.
Após o início da guerra e a ocupação de uma parte significativa da República pelas tropas finlandesas e alemãs, Andropov se dedicou à seleção e treinamento de jovens para destacamentos de guerrilheiros e de inteligência. O futuro chefe de Estado recebeu o apelido clandestino "moicano".
Na petição para conceder a Andropov a Ordem da Bandeira Vermelha, datada de 23 de setembro de 1944, ele recebeu a seguinte descrição: “Durante a Guerra Patriótica, o camarada Andropov trabalhou no desenvolvimento do movimento partidário e na criação do comitê clandestino da juventude soviética no território temporariamente ocupado da República Carelo-Finlandesa. Entre 1941 e 19443 [...] Andropov formou mais de 400 membros da organização."
Em 1944, Andropov retornou a Petrozavodsk, capital libertada da República, e se dedicou inteiramente ao trabalho partidário, que em 40 anos o levou ao posto político mais alto da URSS.
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