
O piloto que voou um tubarão no céu russo: Abrek Barcht, herói aéreo da URSS

Das luvas de boxe à cabine de caça
A história de Abrek começou longe da linha de frente, nos ginásios de Voronej e Vladivostok, onde ele descobriu a sua primeira paixão: o boxe. Em 1934, o jovem Abrek começou a treinar, mas já se sentia atraído pela aviação. Em 1937, ingressou em um aeroclube local e, em seguida, na escola de pilotos de Tchita, combinando o treinamento de boxe com voos cada vez mais ambiciosos. Em 1938, alistou-se oficialmente no Exército Vermelho, onde rapidamente se destacou nas competições esportivas de escolas militares no Cáucaso do Norte, na categoria peso-pena.

Um ano depois, em 1940, formou-se na Escola de Aviação Militar de Bataisk, e não demorou muito para que a história o colocasse à prova.
Céu em chamas: Barcht na Segunda Guerra Mundial
Em abril de 1942, Barcht foi destacado para o front como parte do 118º Regimento Aéreo Independente de Reconhecimento e Correção, uma unidade especializada em detectar posições inimigas e ajustar o fogo de artilharia. Era um trabalho perigoso e silencioso, porém crucial para o sucesso do Exército Vermelho.
Embora esses voos não devessem envolver combate direto, a realidade do front não era bem assim. A bordo de seu Yak-9, decorado com uma boca de tubarão no capô, Barcht não hesitou em enfrentar caças inimigos quando necessário.

Em uma ocasião, conseguiu abater um Focke-Wulf FW-190D-9, líder de uma grande formação alemã, perto de Újgorod.

Até abril de 1945, Barcht havia realizado 365 missões de combate, abatido quatro aeronaves inimigas, destruído seis baterias de artilharia, 50 tanques e até mesmo um batalhão de infantaria inimigo inteiro. Também foi pioneiro na ajustagem do tiro de artilharia de caças, completando 28 missões.
Diante de tantos feitos, em 10 de abril de 1945, Barcht recebeu o título de Herói da União Soviética e a condecoração da Estrela de Ouro nº 5997.

Uma vida a serviço do céu
Após a guerra, Barcht continuou sua carreira na Força Aérea Soviética, aperfeiçoando as suas habilidades na Academia da Força Aérea, onde se formou em 1949. Reconhecido como piloto militar de primeira classe, permaneceu em serviço ativo até 1978, alcançando o posto de coronel.
Mesmo na reserva, a sua ligação com a aviação permaneceu inalterada: ele passou a comandar a base de treinamento de voo do Instituto Estatal Hidrometeorológico e também atuava como vice-presidente da Federação Russa de Entusiastas da Aviação na Região Noroeste.
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