GW2RU
GW2RU

Quem foi Aleksandr Vassilévski? Veja fotos do marechal russo que derrotou o Japão

Há exatos 80 anos, em 2 de setembro de 1945, o Japão enfim se rendeu, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial. A capitulação japonesa ocorreu após uma série de fatores — um dos mais importantes foi a grande derrota infligida pelas tropas soviéticas, que pôs fim ao exército japonês de um milhão de soldados. A operação militar da URSS foi planejada e conduzida pelo chefe do Estado-Maior General do Exército Vermelho, Aleksandr Vassilévski.

“Na juventude é muito difícil decidir que caminho seguir... No fim das contas, virei militar. Sou grato ao destino por ter sido assim e acho que encontrei meu lugar na vida”, escreveu o marechal Aleksandr Vassilévski, chefe do Estado-Maior do Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial e responsável pela derrota do Exército Kwantung japonês.

Vassílévski cresceu na família de um padre de paróquia, estudou em um colégio religioso e em um seminário, mas sonhava em ser agrônomo. No entanto, a Primeira Guerra Mundial mudou sua vida, e ele se alistou no exército como voluntário.

Vassilévski entre os estudantes do Seminário Teológico de Kostroma, em 1914
Domínio público

Após concluir a escola militar em 1915, o então alferes foi enviado à frente, onde se destacou por sua capacidade organizacional: transformou a companhia mais fraca do regimento na melhor em preparo, disciplina e combatividade.

Vassilévski chegou ao posto de capitão e recebeu duas condecorações por bravura. Em 1917, voltou para casa, mas não teve descanso: começou a Guerra Civil e foi mobilizado para o Exército Vermelho, lutando contra as tropas polonesas.

Comandante de regimento Aleksandr Vassilévski
Domínio público

Depois da guerra, Vassilévski permaneceu nas Forças Armadas, comandou unidades e fez cursos de aperfeiçoamento. Os superiores o caracterizavam como um comandante com grandes qualidades organizacionais e metodológicas, porém, taticamente flexível.

Em 1937, o futuro marechal foi para o Estado-Maior General — anos que, como confessaria depois, foram os melhores de sua vida. Participou da Guerra de Inverno contra a Finlândia e, após o conflito, chefiou a comissão de demarcação da nova fronteira estatal.

Depois da invasão nazista, Vassilévski ia regularmente para a linha de frente, inspecionava as fortificações em torno de Moscou e participava dos preparativos para o contra-ataque nos arredores da capital.

Operação ofensiva de Dnipropetrovsk das tropas soviéticas da 3ª Frente Ucraniana. General do Exército, marechal da União Soviética Rodion Malinovski (segundo à direita) e chefe do Estado-Maior Aleksandr Vassilévski (segundo à esquerda) na região de Dnipropetrovsk
S. Scherbakov / Sputnik

Em 26 de junho de 1942, Vassilévski substituiu Bóris Cháposhnikov no posto de chefe do Estado-Maior, depois de este renunciar por motivos de saúde. Dali até o fim da guerra, participou da elaboração das principais operações estratégicas, coordenou ramos das Forças Armadas, controlou a preparação de reservas e os contatos com os aliados. Em 16 de fevereiro de 1943, recebeu o título de marechal.

Os marechais da União Soviética Aleksandr Vassilévski (à esquerda) e Fiódor Ivanovitch Tolbukhin (à direita) no principal posto de comando, comandando as operações das tropas soviéticas durante a captura de Sebastopol na Grande Guerra Patriótica. A data exata desta foto é desconhecida
Boris Cheinin / TASS

“Aleksandr Mikháilovitch não se enganava na avaliação da situação operacional-estratégica [...] Quando Stálin discordava de sua opinião, Vassilévski, com dignidade e argumentos sólidos, conseguia convencer o Comandante Supremo de que não cabia outra decisão ”, escreveu o marechal Gueórgui Júkov.

Libertação da Bielorrússia dos invasores nazistas. Membro do Conselho Militar da 3ª Frente Bielorrussa, tenente-general Vassíli Makarov, marechal da União Soviética Aleksandr Vassilévski, comandante-geral do Exército Ivan Tcherniakhovski (da esquerda para a direita) aceitam a rendição do general alemão. Vitebsk, 28 de junho de 1944
Anatóli Morozov / Sputnik

Em 21 de fevereiro de 1945, após a morte do general Ivan Tcherniakhóvski, Vassilévski assumiu o comando da 3ª Frente Bielorrussa e conduziu o ataque a Königsberg. Pouco depois, voltou a comandar tropas em campo — agora contra o Japão.

Os soviéticos quebraram o Pacto de Neutralidade Nipo-Soviético em 5 de abril de 1945. Em julho, romperam relações diplomáticas com o Japão e começaram os preparativos para invadir o Japão, conforme os planos conjuntos dos aliados estabelecidos com Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt na Conferência de Ialta.

Marechal Aleksandr Vassilévski inspeciona equipamentos militares em Labiau, na então Prússia Oriental
Arquivo de Evguêni Víktorovitch Akhmatov/russiainphoto.ru

Em 30 de julho de 1945, Vassilévski assumiu o comando das tropas soviéticas no Extremo Oriente. Na guerra contra o Japão, Stálin concedeu-lhe total liberdade de ação.

Em agosto, as tropas soviéticas desferiram um golpe fulminante contra o Exército de Kwantung na Manchúria, ocuparam o sul da Ilha de Sacalina e as Ilhas Curilas. Avançaram centenas de quilômetros em território inimigo, dividiram as forças japonesas em grupos isolados e os cercaram.

Reunião de Vassilévski com seus subordinados em Port Arthur (Lüshun, atual Lüshunkou), na China
Iakov Riúmkin / Sputnik

A derrota dessa força de mais de um milhão de soldados foi um dos fatores decisivos para a capitulação japonesa, que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.

Marechal da União Soviética, duas vezes Herói da União Soviética Aleksandr Vassilévski
Sputnik

Depois da guerra, Vassilévski continuou atuando como chefe do Estado-Maior e também exerceu o cargo de ministro das Forças Armadas da URSS. Nos últimos anos de vida, escreveu diversos livros baseados em suas memórias. Vassilévski faleceu em 1977.

A Janela para a Rússia está também no Telegram! Para conferir todas as novidades, siga-nos em https://t.me/russiabeyond_br