Quem foi Aleksandr Vassilévski? Veja fotos do marechal russo que derrotou o Japão
“Na juventude é muito difícil decidir que caminho seguir... No fim das contas, virei militar. Sou grato ao destino por ter sido assim e acho que encontrei meu lugar na vida”, escreveu o marechal Aleksandr Vassilévski, chefe do Estado-Maior do Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial e responsável pela derrota do Exército Kwantung japonês.
Vassílévski cresceu na família de um padre de paróquia, estudou em um colégio religioso e em um seminário, mas sonhava em ser agrônomo. No entanto, a Primeira Guerra Mundial mudou sua vida, e ele se alistou no exército como voluntário.
Após concluir a escola militar em 1915, o então alferes foi enviado à frente, onde se destacou por sua capacidade organizacional: transformou a companhia mais fraca do regimento na melhor em preparo, disciplina e combatividade.
Vassilévski chegou ao posto de capitão e recebeu duas condecorações por bravura. Em 1917, voltou para casa, mas não teve descanso: começou a Guerra Civil e foi mobilizado para o Exército Vermelho, lutando contra as tropas polonesas.
Depois da guerra, Vassilévski permaneceu nas Forças Armadas, comandou unidades e fez cursos de aperfeiçoamento. Os superiores o caracterizavam como um comandante com grandes qualidades organizacionais e metodológicas, porém, taticamente flexível.
Em 1937, o futuro marechal foi para o Estado-Maior General — anos que, como confessaria depois, foram os melhores de sua vida. Participou da Guerra de Inverno contra a Finlândia e, após o conflito, chefiou a comissão de demarcação da nova fronteira estatal.
Depois da invasão nazista, Vassilévski ia regularmente para a linha de frente, inspecionava as fortificações em torno de Moscou e participava dos preparativos para o contra-ataque nos arredores da capital.
Em 26 de junho de 1942, Vassilévski substituiu Bóris Cháposhnikov no posto de chefe do Estado-Maior, depois de este renunciar por motivos de saúde. Dali até o fim da guerra, participou da elaboração das principais operações estratégicas, coordenou ramos das Forças Armadas, controlou a preparação de reservas e os contatos com os aliados. Em 16 de fevereiro de 1943, recebeu o título de marechal.
“Aleksandr Mikháilovitch não se enganava na avaliação da situação operacional-estratégica [...] Quando Stálin discordava de sua opinião, Vassilévski, com dignidade e argumentos sólidos, conseguia convencer o Comandante Supremo de que não cabia outra decisão ”, escreveu o marechal Gueórgui Júkov.
Em 21 de fevereiro de 1945, após a morte do general Ivan Tcherniakhóvski, Vassilévski assumiu o comando da 3ª Frente Bielorrussa e conduziu o ataque a Königsberg. Pouco depois, voltou a comandar tropas em campo — agora contra o Japão.
Os soviéticos quebraram o Pacto de Neutralidade Nipo-Soviético em 5 de abril de 1945. Em julho, romperam relações diplomáticas com o Japão e começaram os preparativos para invadir o Japão, conforme os planos conjuntos dos aliados estabelecidos com Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt na Conferência de Ialta.
Em 30 de julho de 1945, Vassilévski assumiu o comando das tropas soviéticas no Extremo Oriente. Na guerra contra o Japão, Stálin concedeu-lhe total liberdade de ação.
Em agosto, as tropas soviéticas desferiram um golpe fulminante contra o Exército de Kwantung na Manchúria, ocuparam o sul da Ilha de Sacalina e as Ilhas Curilas. Avançaram centenas de quilômetros em território inimigo, dividiram as forças japonesas em grupos isolados e os cercaram.
A derrota dessa força de mais de um milhão de soldados foi um dos fatores decisivos para a capitulação japonesa, que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.
Depois da guerra, Vassilévski continuou atuando como chefe do Estado-Maior e também exerceu o cargo de ministro das Forças Armadas da URSS. Nos últimos anos de vida, escreveu diversos livros baseados em suas memórias. Vassilévski faleceu em 1977.
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