8 bebidas russas antigas para se refrescar no calor

1. Kvass

A bebida cotidiana feita de pão (sim, isso mesmo!) não só matava a sede, mas também a fome. Existem várias receitas para prepará-la, mas a base de todas é comum: primeiro, faz-se um purê de malte, pão ou farinha e água – essa mistura precisa fermentar, e depois são adicionados mel, açúcar, passas, hortelã e outros ingredientes. E o resultado é uma espécie de refrigerante caseiro.

A inglesa Catherine Wilmot escreveu sobre o ‘kvass’ em suas memórias ao relatar sua estadia na Rússia; a bebida fora servida na casa da Princesa Dachkova: “Eu realmente gostei da bebida nacional da Rússia – o kvass; preparado na cozinha da princesa, tem um sabor melhor que o champanhe, embora, em outras casas, possa ser insuportável”.

Certas variedades de kvass eram chamadas de ‘tvorennie’ (‘criadas’), que, em intensidade, podiam competir com o vinho.

A bebida era vendida por ‘kvasniks’: as casas de banho eram consideradas um local movimentado – os frequentadores com calor excessivo raramente recusavam um copo de refrescante kvass.

2. Água com sabor de frutas

Esta bebida, como o próprio nome indica, era preparada a partir de frutas ou bagas com adição de açúcar. Uma das variedades mais famosas é a limonada. Essas bebidas não passavam por tratamento térmico. Não é por acaso que, em “Eugênio Onêguin”, de Púchkin, o protagonista tem “medo que a água de mirtilo me faça mal”. Era comum adicionar álcool à água de frutas. Certa vez, o famoso historiador local Vladimir Guiliarovski experimentou água de mirtilo conforme a receita de Dênis Davidov, um herói da Guerra de 1812: “Dênis Vassiliévitch piscou e o atendente da casa de banhos já trazia duas garrafas de água de mirtilo e uma garrafa de arak. E Dênis Vassiliévitch começou a servir si mesmo e depois a gente: meio copo de água, meio copo de arak. Experimentei – estava delicioso... Não me lembro como cheguei em casa!”

3. Spikovki

Este era o nome dessa água com sabor de frutas que passava por um processo de fermentação. Essa bebida, com um sabor intenso, era vagamente semelhante a um vinho espumante – e sibilavam ao escapar das garrafas — daí o apelido. Havia muitos sabores de águas ‘com gás’, incluindo limão, seiva de bétula, maçã e marmelo.

4. ‘Schi’ amarga

Esta não é apenas uma sopa, mas também um tipo de bebida gaseificada, quase como um ‘kvass’. Costumava ser servida nas mesmas garrafas que os espumantes. Esta sopa à base de repolho, apesar de sua simplicidade, era popular até mesmo entre os aristocratas. Por exemplo, o príncipe Iakov Chakhovskoi escreveu em suas memórias sobre o pátio de cervejaria “onde, na presença de Sua Majestade Imperial em Moscou, foi fervido e servido meio litro de sopa de repolho azedo para o seu próprio consumo”.

5. Kissel

Esta bebida espessa é feita de frutas vermelhas com adição de amido e pode facilmente ser considerada uma sobremesa. Dependendo da consistência final, pode ser consumido com colher.

6. Mors

Esta decocção de frutas vermelhas com açúcar ou mel não só refresca no calor, como também possui propriedades curativas, devido a seus antioxidantes e composição natural.

7. Kompot

Ao contrário da mors, a kompot era preparada não apenas com frutas frescas, mas também com as secas. O processo de cozimento era mais longo e a bebida vinha servida com pedaços de fruta.

8. Sbiten

Vários temperos eram adicionados ou batidos com esta bebida de mel, tornando seu sabor picante. No inverno, era servida quente – esquentava bem – e no verão – gelada. O sbiten é conhecido desde o século 12: era vendido em feiras e tavernas, servido em frascos especiais semelhantes aos samovares. Também era um excelente remédio para escorbuto.