Você sabia que Dostoiévski quase foi executado aos 28 anos?
Fiódor Dostoiévski nasceu em 11 de novembro de 1821. Lá em 1847, o jovem, porém já famoso escritor (após a publicação de seu romance “Gente Pobre”, o influente crítico Vissarion Belinski o apelidou de “o novo Gógol”) se tornou membro do Círculo Petrachevski, um grupo de intelectuais que se reuniam para discutir ideias socialistas, criticando o regime tsarista e defendendo ideias de golpe de Estado. Por esse motivo, Dostoiévski acabou preso, passou oito meses na Fortaleza de São Pedro e São Paulo e chegou até a ser condenado à morte.
Em 3 de janeiro de 1850, Dostoiévski e os outros membros do Círculo Petrachevski foram conduzidos ao cadafalso no centro da Praça Semyonovsky, em São Petersburgo. A sentença de morte foi lida em voz alta, uma espada foi quebrada sobre suas cabeças, os condenados receberam gorros brancos e foram preparados para a execução.
No entanto, quando o comando “Preparar para atacar!” já havia sido dado, a verdadeira ordem do imperador Nicolau 1º foi lida: “A execução por fuzilamento foi substituída por trabalhos forçados e serviço militar. Tudo isso foi uma encenação planejada, destinada a quebrar psicologicamente os condenados”. Como resultado, Nikolai Grigoriev, um dos condenados à morte, enlouqueceu.
Os sentimentos que Dostoiévski pode ter experimentado pouco antes dessa execução encenada — uma sensação do valor e da finitude da vida — foram refletidos em toda a sua obra subsequente. Acredita-se que ele os descreveu de forma mais completa e vívida no monólogo pré-execução do Príncipe Míchkin em seu romance “O Idiota”.
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