Como o imperador Paulo 1º desafiou todos os monarcas europeus para um duelo

Vladímir Borovikóvski/Museu Russo
Vladímir Borovikóvski/Museu Russo
Em janeiro de 1801, os leitores do jornal ‘London Herald’ ficaram perplexos. Em suas páginas, o imperador russo Paulo 1º estava desafiando e chamando todos os reis europeus “para a chicha”.

Meses antes, Paulo 1º havia recebido o rei Gustavo 4º da Suécia em São Petersburgo. Eles discutiram a formação de uma coalizão com a Dinamarca e a Prússia, que iria repelir a Inglaterra no mar. A guerra havia se tornado cansativa e não havia fim à vista. Em uma conversa, Paulo 1º expressou um sonho: se ao menos, como na cavalaria, todos os conflitos fossem resolvidos em um duelo entre os chefes de Estado. Os presentes riram, mas o imperador falava mais sério do que nunca – naquela mesma noite, ele pediu que uma carta fosse redigida e distribuída à imprensa europeia.

Nela, ele propôs que seus homólogos selecionassem ministros e líderes militares proeminentes como segundos, escudeiros e árbitros para o duelo. Ele mesmo planejava levar os generais Pahlen e Kutuzov consigo.

Em dezembro de 1800, a carta foi publicada em um jornal de São Petersburgo, porém, apenas em alemão. Em janeiro do ano seguinte, ela também apareceu em publicações estrangeiras. Os monarcas de vários países permaneceram em silêncio, enquanto a imprensa discutia como o plano de Paulo de acabar com as guerras com um duelo parecia uma conspiração: muito provavelmente, o tsar já estava morto e a carta forjada tinha o objetivo de provar que ele era insano.

Desse modo, ninguém aceitou o desafio de Paulo. Ou, pelo menos, não tiveram tempo. Um mês e meio depois, por uma cruel ironia do destino, o imperador morreu, de fato, como resultado de uma conspiração. Entre os participantes estava o conde Pahlen, um dos prováveis ​​segundos na proposta de duelo mencionada anteriormente.

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