As 10 pinturas mais importantes de Igor Grabar

As 10 pinturas mais importantes de Igor Grabar
Galeria Tretiakov
Seu legado artístico é extenso: Igor Grabar foi artista plástico, restaurador e historiador da arte. Como alguém que pertenceu a duas épocas ao mesmo tempo – as eras imperial e soviética  – foi capaz de criar seu próprio estilo artístico que combinava impressionismo e modernismo e deu um novo impulso à pintura de paisagem russa?
  1. Raio de Sol, 1901

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Galeria Tretiakov

Pupilo de Iliá Repin e formado pela Academia Imperial de Artes, Grabar viajou para a Europa em 1896, onde foi aprendiz no estúdio de Anton Ažbe. Ao retornar à Rússia, ele se estabeleceu em Moscou. Grabar uniu-se ao movimento de arte modernista Mir Iskusstva (Mundo da Arte), e exibiu 10 pinturas na exposição realizada em 1902. Uma pintura  – Raio de Sol – foi adquirida pela Galeria Estatal Tretiakov.

  1. Cocheiro, 1904

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Galeria Tretiakov

O artista costumava se hospedar na casa do amigo Nikolai Mescherin na cidade de Duguino, perto de Moscou. Ambos faziam esboços juntos em aldeias próximas e, às vezes, seus cocheiros serviam de modelo para pinturas. Um deles, por exemplo, era Michutka. Julgando pela expressão em seu rosto, ele parecia gostar de ficar posando parado por tanto tempo.

  1. Azure (Céu) de Fevereiro, 1904

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Galeria Tretiakov

Nessa época em que trabalhava em Duguino, o artista levantava cedo e começava a desenhar. Certo dia, tentando capturar as mudanças de fração de segundo na luz natural, ele se perdeu em contemplação olhando para uma bétula e deixou cair o graveto que segurava. Ao se agachar, Grabar olhou para cima e viu “um repicar de todas as cores do arco-íris”. Contra o céu azul de inverno, a árvore brilhava em sua brancura e os galhos pareciam dançar, criando novas sutilezas de cor. Para preservar o ângulo que ele havia descoberto, o artista cavou uma trincheira na neve e pintou o quadro de pé de dentro dela.

  1. Vento de Primavera, 1905

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Galeria Estatal de Arte de Perm

Quando foi a Paris em 1905, Grabar mergulhou em um estudo aprofundado da obra de Van Gogh. Ficou completamente cativado pela técnica de Van Gogh e, mais tarde, mudou a abordagem de suas próprias pinturas. O resultado foi Vento de Primavera, uma lembrança visível do Quarto em Arles, de Van Gogh. O lendário patrono das artes Ivan Morozov comprou a pintura para sua coleção particular. Hoje, está em exibição pública em Perm.

  1. Peras em uma Toalha de Mesa Azul, 1915

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Museu Russo

O trabalho na obra “A História da Arte Russa”, em vários volumes, absorveu totalmente o artista. Grabar viajou então pelo país em busca de material de arquivo. Oito volumes foram publicados entre 1908 e 1915. Este passou a ser um dos livros mais importantes sobre a história da arte russa. Em 1913, Grabar tornou-se curador da Galeria Tretiakov, onde realizou uma exposição em grande escala do acervo do museu. Na exposição do movimento Mir Iskusstva em 1915, Grabar apresentou sua natureza-morta Peras em uma Toalha de Mesa Azul, que foi depois adquirida pela Academia Russa de Artes para seu museu.

  1. Pátio de Moscou, 1930

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Museu Russo

Na década de 1920, junto com o escritor Maksim Górki, Grabar teve a ideia de criar uma vila de artistas onde pessoas criativas pudessem viver e trabalhar. Prédios com oficinas e apartamentos foram construídos na rua Verkhnyaya Maslovka, no mesmo local onde estúdios de cinema haviam pegado fogo. O próprio artista morava em um dos novos prédios.

  1. Autorretrato em um Jaleco Branco com Paleta, 1934-35

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Galeria Tretiakov

Graças a Grabar, foi possível preservar objetos da arte russa antiga e bizantina após a Revolução de 1917. As Oficinas de Restauração Central – a primeira organização dedicada à preservação de artefatos culturais – foram inauguradas por iniciativa sua em 1918. Na década de 1920, Grabar organizou diversas exposições de arte russa no exterior, inclusive nos Estados Unidos e na Alemanha. No final da mesma década renunciou a todos os cargos oficiais e decidiu focar na pintura. Durante esse período, criou toda uma série de retratos, porque considerava esse gênero de pintura como a mais alta forma de arte.

  1. Avenida das Bétulas, 1940

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Galeria Tretiakov

No final dos anos 1930, o artista passou a se dedicar a uma monografia de seu grande mestre, Iliá Repin. Sua autobiografia, intitulada “Minha Vida”, também foi publicada nessa época. Nela, Grabar confidencia que a arte era praticamente a sua única fonte de alegria e tristeza, e a genuína essência da vida. Também voltou repetidas vezes a um de seus objetos favoritos – bétulas, fosse durante o verão ou o inverno.

  1. Abramtsevo, a Cerca de Vime, 1944

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Museu Regional de Arte de Samara

A partir da década de 1930, viveu em sua colônia de artistas próxima à famosa propriedade de Abramtsevo, nos arredores de Moscou. Ali, Grabar projetou e construiu sua própria datcha no estilo da Art Nouveau finlandesa. Também continuou a pintar e trabalhar em “A História da Arte Russa”. Mais tarde, tornou-se diretor da propriedade-museu.

  1. Paisagem de Inverno, anos 1940-50

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Museu de Impressionismo Russo

No final da década de 1940, Grabar iniciou a restauração do mosteiro medieval de Andronikov, em Moscou, e a abertura do Museu Andrei Rublev de Arte Russa Antiga em suas instalações. Rublev tinha sido um monge no local, havia pintado as paredes da Catedral do Salvador e foi enterrado ali em 1428. Embora Grabar já tivesse se afastado do impressionismo, ainda voltaria a ele. Esta paisagem, pintada “a cinco minutos da primavera”, retoma o elemento que sempre distinguiu as primeiras pinturas do artista: céu brilhante e cheio de sol, nuvens atravessando – uma espécie de premonição do novo e adeus ao antigo.

A exposição “Igor Grabar - No 150º aniversário de seu nascimento” segue em cartaz na Galeria Estatal Tretiakov até 26 de fevereiro de 2023.

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