Tu-16LL, o avião soviético que podia perder um motor como a cauda de um lagarto

O Tu-16 se tornou o primeiro bombardeiro transônico com mísseis e de longo alcance da União Soviética, bem como uma das aeronaves militares mais produzidas em massa no mundo. Em dez anos, mais de 1.500 unidades saíram de fábrica.

Algumas dessas máquinas viraram laboratórios voadores de diferentes tipos, designados Tu-16LL. A maioria dos nove exemplares deste modelo, segundo o Zhukvesti.ru, foram convertidos para que fosse possível testar motores a jato.

Esses aviões foram despojados de todas as armas. Além da tripulação principal, havia também a bordo um engenheiro de testes. Um pilone retrátil para a turbina de teste foi instalado no compartimento de bombas.

Antes do voo, o motor era recolhido para dentro do compartimento, sua entrada de ar era coberta com uma carenagem (isso o protegia de detritos e poeira que pudessem entrar a partir da pista), e durante o voo ele era estendido e acionado. Em caso de incêndio ou outro perigo, a tripulação poderia ejetá-lo, livrando-se dele.

A versão “laboratório de motores” do Tu-16 operou, de acordo com o Airwar.ru, por três décadas, dando origem a diversos motores de segunda e terceira gerações.

Hoje em dia, aeronaves de quatro motores, como o IL-76, são geralmente usadas para esse tipo de teste. Funciona assim: o novo motor é suspenso em uma das asas, em vez de um dos motores normais, geralmente o 2º ou 3º. Com esse esquema, as características aerodinâmicas da aeronave de teste são minimamente alteradas.
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